Fred Moraes
Única News
Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, durante seu depoimento à Polícia Civil, detalhou friamente como ele e mais dois adolescentes, de 16 e 17 anos, assassinaram Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, durante o falso roubo na casa da vítima na última terça-feira (22). O jovem, que é filho do mandante, Benedito Anunciação, negou ter abusado da adolescente e disse que o trio estrangulou e amarrou a vítima, já morta, para desovar o corpo.
O jovem explicou que foi ‘convidado’ pelo próprio pai para participar do crime, na manhã de terça-feira, após Benedito procurá-lo dizendo estar ‘fraco’ por conta de sua situação amorosa com Suellen Alencastro Arruda, mãe de Heloysa. Assustado, o filho teria questionado o pai sobre a situação.
“Por base de umas 10h30, ali em diante, numa troca de mensagens com ele, me falou que estava ruim, meio ansioso. Ele me mandou uma mensagem falando que estava meio ruim. Estava meio ansioso, fraco, não estava muito bem. E eu busquei, com preocupação de um filho, eu busquei entender o que estava acontecendo. Aí ele me falou que não estava bem.”
Na conversa, o pai, por meio de uma mensagem encaminhada por visualização única, ou seja, lida apenas uma vez, afirmou ao filho que ‘pensava em se matar’ ou ‘matar alguém’. A partir daí, detalhou seu plano maléfico contra Heloysa.
“Ele me mandou uma foto de visualização única dizendo ‘pensei em me matar, já pensei em matar alguém’. Foi aí que ele digitou na foto, visualização única. E aí, foi em meio dia, ele me ligou, falou o que queria fazer. Falou que ia acabar matando uma pessoa, da mesma forma de visualização única também ele tinha dito, depois da ligação”, continua.
De acordo com Gustavo, a princípio o pai queria assassinar Suellen, por conta dos supostos problemas na relação. O jovem disse que se assustou com a proposta do pai, o alertou sobre o ‘problema’ que poderia trazer, se referindo a prisões, por exemplo, mas ainda assim topou.
“Mas na ligação ele disse que precisava, que ia matar, que ele estava querendo matar uma pessoa, estava querendo se matar, fazer trabalho ruim. [Matar] A Suellen”, emenda.
“Eu falei: 'cara, você está vendo que isso é problema, é muito problema isso aí'. Eu falei pra ele, eu o deixei ciente desde o inicio do que ele estava fazendo. Eu falei: 'vai ser problema, você vai segurar a bomba?' Ele falou: 'não, não vai dar nada, não sei o que'. Eu falei, vai dar problema, por que você está com essa loucura?”, relatou.
Sem revelar mais detalhes, Gustavo já cita que ao meio-dia seu pai acertou os detalhes do crime. Em seguida, às 14h, passou para buscar os três criminosos que deveriam executar o assassinato. No meio do caminho, seu pai disse que não deveria ser feito mais nada com Suellen e que era apenas para os criminosos tirarem as coisas do imóvel, simulando um assalto.
“Não sei se ele tinha terminado, se ele tinha brigado, ele mudou totalmente a cabeça dele, falou: 'não, não é pra fazer nada, não sei o que, não mexe com a Suellen. Eu vou buscar vocês, vai levar os móveis da casa, tira o que você vai levar'”, conta.
Conforme suas informações, antes de chegarem na casa, o trio desceu e esperou Benedito ‘analisar’ quem estava na casa. Logo na sequência, deixou a residência. Nesse momento os criminosos invadiram a casa e foram ao quarto de Suellen, mas Heloysa supostamente teria visto a movimentação e, assustada, correu buscando se esconder.
“Depois da ligação do meio dia, ele me ligou às 14h, falou que estava saindo ir buscar. Como ele tem chave do portão que morava lá, abriu, entramos, ele falou que ia dar uma olhada, veio, olhou a casa, e voltou. Aí, a gente desceu do veículo e esperamos. Aí ele saiu com o veículo, a gente foi pro outro quarto, para o quarto da Suellen. Ele abriu a porta assim, ela viu [Heloysa], e ela foi pro outro quarto”, pontua.
O grupo teria ido atrás da menina, que sem reação, apenas questionava o que os homens fariam com ela. Depois, um deles teria tampado o rosto da jovem, levado para um outro cômodo, para asfixiar a vítima até a morte.
“Nessa, o pessoal saiu correndo atrás dela e ela ficou sem reação, tipo, se expressou: 'o que você vai fazer comigo?' E ele já tampou a cara dela, levou pra outro quarto, a gente segurou e ele fez o serviço de enforcar. Não sei se ela tinha alguma coisa, algum tipo de problema de cabeça, alguma coisa, só que ela foi, ele foi puxando, e ela foi indo”, narra.
Gustavo afirma que não tocou na adolescente, porque não sabia o que era para ser feito. No entanto, amarrou as pernas da vítima.
“Eu a amarrei na intenção de esperar a mãe dela, porque eu realmente não sabia qual que ia ser a intenção. Eu falei: 'eu não vou matar ela inocente, por que que eu vou fazer isso com ela?' Eu já pensei dessa forma”, explica.
O jovem recorda que Heloysa foi deixada no quarto, amarrada, até que a mãe dela chegasse. Duas horas depois, por volta das 17h, Suellen chegou na companhia de uma sobrinha, que estava com um bebê no colo. Assustada, a mãe e a sobrinha começaram a chamar por Heloysa. Neste instante, o grupo apareceu na sala da casa e já foi para cima de Suellen.
Gustavo garante que a prima de Heloysa não reagiu e teria dito a mesma que não se preocupasse, porque não faria nada com ela e com o bebê.
“Nessa que a Suelen chegou, ela chegou com a prima e com o neném. Elas entraram na casa já chamando a Heloysa, depois pegou o corredor de ligamento com a sala, a mulher que estava com o neném, não reagiu de forma alguma, ela ficou no quarto. Eu pedi pra ela sentar com o neném, aí ela sentou encostada na parede, ficou sentada com o neném no colo, e eu falei pra ela não vou fazer nada pra você”, explica.
Por fim, Gustavo revelou um desentendimento com um dos adolescentes envolvidos no crime, porque ele desrespeitou a regra dada pelo pai e agrediu Suellen com socos. Não suficiente, o suspeito ainda teria batido na mulher que estava com a criança no colo.
“Depois, olhei e vi que o J. [segundo integrante do grupo] estava dando murros na Suellen. Eu fiquei sem entender o motivo, já que tinha sido falado para não fazer nada. A gente começou a discutir lá, porque ele estava batendo. Depois ele veio na mulher que estava com a criança, deu um tapa na cara dela, aí eu empurrei, ele falou, tá louco cara?”, emenda.
Finalizando o crime, o jovem conta que o trio roubou coisas da casa, pegaram Heloysa, que já estava sem vida, amarrada pelas pernas e puxada com uma coleira de cachorro para desovar o cadáver.
“Nessa, pegamos as coisas e colocamos no carro e saímos. Ela [Heloysa] já estava amarrada com a corda, depois ele passou no pescoço dela e foi puxado coleira de cachorro”, finaliza.
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