Christinny dos Santos
Única News
Benedito Anunciação de Santana, que encomendou a morte de sua enteada, a adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de apenas 16 anos, e seu filho Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, que executou o crime, vão responder pelos crimes de feminicídio, roubo majorado e corrupção de menores. Os dois menores, J.L.F.G, de 17 anos, e J.V.P.B., de 16 anos, que também participaram da ação, responderão pode ato infracional análogo aos mesmo crimes.
Os criminosos simularam uma ocorrência de roubo e sequestro na casa no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá. Heloysa foi morta estrangulada com um fio de carregador, seu corpo foi enrolado em um lençol, depois pendurado içado ao fundo de um poço desativado, onde o cadáver foi encontrado, no bairro Ribeirão do Lipa. Enquanto o corpo da adolescente ainda estava na casa, sua mãe, Suellen de Alencastro Arruda, namorada de Benedito, chegou à residência acompanha de outra pessoa. O plano seria matá-la, mas ela foi espancada e depois levada à UPA pelo bandido que encomendou o crime.
O trio que executou o crime fugiu levando um Hiunday HB20, uma quantia em dinheiro e outros pertences de valor que haviam na casa.
Conforme o delegado de responsável pelo caso, Guilherme Bertolli, a hipótese de roubo foi descartada desde o princípio, pois a análise das imagens e da cena do crime demonstraram que os criminosos agiram de maneira muito incomum para assaltantes.
“Teve a informação que um veículo foi levado, então possivelmente seria um roubo, em que o objeto material poderia ser o veículo, e foi determinado o envio de uma equipe até o local. E ao analisarmos as imagens, a redondeza, de imediato a gente descartou essa situação, porque nós sabemos que no modo de execução dos crimes de roubo à residência é peculiar o criminoso adentrar, se obter objetos e sequestrar a vítima. Então, a partir dali, nós começamos a fazer essa análise e descartar a situação do roubo em si, porque não é o modo de execução de um roubo popularmente, continuamente praticado”, explicou Bertolli.
O inquérito policial ainda não foi concluído, mas, segundo Bertolli, neste ponto das investigações já fica clara a configuração dos crimes de feminicídio, roubo e corrupção de menores.
“Vamos ouvir mais testemunhas, mas o que nós temos até o momento é que está configurado o crime de feminicídio consumado, crime de roubo majorado e corrupção de menores. Em relação aos dois adolescentes infratores, são atos infracionais análogos aos crimes mencionados”, disse o delegado.
Ainda segundo Bertolli, embora a motivação do crime ainda não esteja clara, é nítido que Heloysa foi morta e sua mãe vítima de um espancamento devido à condição de mulher das duas, ou seja, Benedito quis subjugar as duas.
“Como envolve o crime de feminicídio, o criminoso quer subjugar a vítima por ser mulher. Então a questão da motivação vai clarear essa situação. Mas está nítido que foi pela condição de mulher. Um controle, alguns ciúmes, isso vai ser apurado durante as investigações”, esclareceu o delegado.
O crime
O mandante do crime é o namorado da mãe de Heloysa, Suellen de Alencastro Arruda, de 40 anos. O criminoso é Benedito Anunciação, 40 anos, preso por encomendar o sequestro e assassinato da adolescente. Benedito "contratou" o próprio filho, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, que teve participação direta no assassinato, e dois menores de idade: J.L.F.G, de 17 anos, e J.V.P.B., de 16 anos, que foi preso na tarde desta quarta-feira, após 12 horas foragido.
Benedito agiu com frieza e cinismo. Ele chegou a fazer vários posts nas redes sociais procurando pela garota, a fim de despistar as suspeitas sobre ele. "Ajudem a divulgar o máximo que puder. Vamos ajudar a encontrar ela. Assaltaram a família, levaram o carro e a menina. Vamos sacudir Cuiabá e VG. vamos achar ela (sic)", escreveu Benedito nas redes sociais, já tentando emplacar a hipótese de latrocínio - roubo seguido de morte.
A mãe de Heloysa também foi espancada na ação e depois levada ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). A frieza de Benedito não parou por aí. Ele foi preso no hospital, acompanhando a mãe de Heloysa após as agressões, como se nada tivesse a ver com o crime.
A Polícia Militar foi acionada às 18h para atender uma ocorrência de roubo envolvendo reféns no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá. No local, os militares foram informados que os criminosos haviam roubado o carro HB20 prata e levado Heloysa como refém. Rapidamente, os agentes deram início às investigações para saber o paradeiro da vítima.
As autoridades utilizaram as imagens das câmeras de segurança do programa VigiaMais MT para saber que caminho os criminosos tomaram com o veículo roubado, onde a vítima estava. As equipes descobriram que o veículo seguiu em direção ao bairro Ribeirão do Lipa.
Imediatamente, os policiais se deslocaram e identificaram que o carro passou próximo a uma região de mata, onde também foram encontradas as placas do HB20, arrancadas pelos bandidos. Os policiais então avistaram um lençol no chão, próximo a um poço de 8 metros de profundidade. Dentro do poço estava o corpo de Heloysa.
Ela estava morta, com as mãos e pernas amarradas.
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