22 de Abril de 2025
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VARIEDADES Quinta-feira, 26 de Setembro de 2024, 10:41 - A | A

26 de Setembro de 2024, 10h:41 - A | A

VARIEDADES / ENTENDA

Antônio Fagundes opina por que não é contra presença de influencers na TV

Ator lembrou que preconceito com não atores já existia quando ele começou na carreira

Revista Quem
Única News



O ator Antônio Fagundes, de 75 anos, opinou a respeito da presença de influencers em novelas e filmes da televisão brasileira. Durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, desta segunda-feira (23), ele explicou que acredita que os atores não devem ter preconceito em relação a profissionais de outras áreas, desde que essas pessoas possuam a capacidade necessária.

"Na minha época, não eram influencers. Eram modelos, né? E surgiu um preconceito contra os modelos. Depois surgiu um preconceito contra os BBBs, né? Agora o preconceito contra o influencer. Honestamente, eu digo a você, eu não tenho o menor problema com isso. Até porque o Paulo Autran era advogado. Então a gente não pode ter preconceito. A gente tem que deixar o mercado resolver, e o mercado vai resolver. Se o influencer for bom, ele vai continuar como ator. Se o influencer não for bom, volta para a influência", opinou.

O jornalista que o entrevistava argumentou que a crítica maior é a escalação de influenciadores para papéis de destaque. "Mas aí se uma empresa é burra o suficiente para dar um papel de destaque para uma pessoa que não tem experiência, ela que pague por isso", avaliou o ator.

 

Polêmica

 

Ao contrário de Fagundes, outros atores são contra a presença de influenciadores no audiovisual. Uma delas é a atriz Alice Braga, de 41 anos, estrelas de filmes brasileiros como Cidade de Deus, Entre Idas e Vindas e Cidade Baixa e estrangeiros, como I Am Legend, Repo Men e Predators, entre outros. Em entrevista mês passado ao podcast Mamilos Café, a atriz detonou a tendência de transformar atores em influenciadores, e a inclinação de muitos diretores de dar papéis a pessoas que tenham seguidores nas redes sociais. "Eu fico revoltada", opinou ela, na ocasião.

A atriz afirmou que a tendência é algo brutal e que acaba desvalorizando o talento de atores que querem seguir na profissão. "Você bota os atores para ficar desesperadamente [tentando] virar influenciador, para poder ter seguidor, para conseguir realizar o sonho de trabalhar como ator. E outra que você tira a possibilidade de atores incríveis serem descobertos, porque eles não têm seguidor", argumentou.

 

"O nível de ansiedade absolutamente desnecessário numa profissão que, basicamente, é a exposição; que é o se jogar, viver o presente, alma, verdade e sensibilidade", ponderou Alice. "Aí quando você joga esse julgamento e a pessoa tem que fazer uma coisa que ela não... Eu sou tímida, por exemplo. Ficar fazendo vídeo, coisa no Instagram, para ganhar seguidor para você conseguir ser chamado para um teste. Isso é de uma brutalidade com a profissão do ator. De uma agressividade com o que é ser ator, com o indivíduo que escolheu essa profissão, muito grande, sabe? Eu fico revoltada", criticou.

Após a entrevista, que viralizou nas redes, Alice recebeu o apoio de outros artistas. A atriz Malu Galli, por exemplo, pontuou que escalar atores que tragam consigo um público consumidor para suas obras é comprovadamente falho. "Desde quando concordamos que os atores têm que ser empreendedores, aceleradores e promotores de si mesmos, criando conteúdo consumível pro grande público em suas redes, e dedicando um tempo incontável, ou terceirizando este trabalho?", questionou ela.

"Esta nova 'atribuição' ao trabalho do ator é motor de ansiedade, frustração, desvio de propósito e de sentido para um fazer antigo que atravessou os séculos e continua movimentando multidões pelo mundo, gerando lucro e fazendo a roda girar", completou.

Monica Iozzi também compartilhou as falas de Alice em seu perfil. "Concordo com absolutamente tudo que Alice Braga disse aqui. Aliás, obrigada por isso, Alice! E, além destas reflexões, tenho me perguntado muito o seguinte também: não está mais do que provado que número de seguidores não garante maior público, maior audiência? A princípio pode até servir como mais um meio de divulgação do projeto, mas e depois?", indagou.

 

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