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A ex-BBB e influenciadora Gracyanne Barbosa contou, em entrevista ao Fantástico, no domingo (23), que tem o sonho de ser mãe. A musa fitness, de 41 anos, está solteira, depois de anunciar sua separação do cantor Belo, de 50, em abril de 2024. Durante os 16 anos em que ficaram juntos, os Os dois chegaram a fazer planos de ter filhos, mas não realizaram por conta de um contrato profissional de Gracy.
"Mas eu ainda não quero ter um filho sozinha. Não sei se vou realizar, talvez adote. Não sei ainda, mas sei que é um desejo que quero realizar, não sei como. Porque acho que é um amor diferente de todos os outros. É um amor que vai me tornar uma pessoa melhor, eu tenho certeza, e também quero dar o meu melhor para uma pessoa, para o meu filho", contou a ex-BBB em entrevista a Renata Ceribelli, exibida no programa.
Mas é fato que a idade é um fator importante para a fertilidade feminina e Gracy hoje já está com 41 anos. Então, quais são as chances de gravidez? "As chances de gravidez caem consideravelmente após os 35 anos e reduzem de uma forma extremamente abrupta a partir dos 38, 39 anos. Isso porque a mulher nasce com uma quantidade pré-determinada de óvulos, que sofre uma diminuição considerável com o passar dos anos. Para se ter uma ideia, enquanto a chance de gravidez em um ano de tentativas é de 96% aos 25 anos e de 84% aos 35 anos, aos 40 anos essa taxa cai para 55% e para 35% aos 43", destaca Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.
Segundo o especialista, com a idade, além da redução do número, os óvulos também sofrem com uma diminuição na qualidade, o que torna as mulheres menos propensas a engravidar e com maior risco de abortos espontâneos. "Uma mudança importante na qualidade do óvulo é a frequência de anormalidades genéticas chamadas aneuploidia (muitos ou poucos cromossomos no óvulo). Na fertilização, um óvulo normal deve ter 23 cromossomos, de modo que, quando fertilizado por um espermatozoide também com 23 cromossomos, o embrião resultante terá o total de 46 cromossomos", explica o médico.
Mas, na medida em que a mulher envelhece, mais de seus óvulos têm poucos ou muitos cromossomos. "Isso significa que, se ocorrer a fertilização, o embrião também terá muitos ou poucos cromossomos. A maioria das pessoas está familiarizada com a Síndrome de Down, uma condição que ocorre quando o embrião tem um cromossomo extra. E a maioria dos embriões com muitos ou poucos cromossomos não resulta em gravidez ou resulta em aborto espontâneo. Isso ajuda a explicar a menor chance de gravidez e maior chance de aborto em mulheres com mais idade", destaca o especialista.
Idade aparente X Idade real
Essa redução das chances de gravidez independe da idade que a mulher aparenta. "A idade aparente da mulher infelizmente não tem relação com a idade real, cronológica, dos ovários. Então mesmo que uma mulher de 40 anos esteja muito bem fisicamente e aparente ter 30 anos, o ovário, infelizmente, vai ter a idade cronológica, tanto no número quanto na qualidade dos óvulos. E sabemos que após os 35 anos essa qualidade começa a cair bastante", afirma Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.
O médico acrescenta que isso vale mesmo para mulheres que se cuidam, se alimentam bem, que fazem atividade física, que não fumam, que não são obesas. "Infelizmente os ovários vão ter os danos causados pela idade. É lógico que, quanto melhor a qualidade de vida dessa mulher, mais lento é esse processo. Mas observamos que, especialmente após os 40 anos, a qualidade dos óvulos cai muito rapidamente", ressalta.
Por esse motivo, o médico recomenda que, se a mulher tem mais de 35 anos de idade, o ideal é realmente não perder muito tempo esperando a gravidez natural acontecer. "Se em seis meses a gestação não se concretizar, o ideal é buscar uma clínica de reprodução assistida o quanto antes", alerta.
Nesses casos, o especialista poderá recomendar procedimentos como a Fertilização In Vitro. "A FIV consiste na coleta dos óvulos e espermatozoides para serem fecundados em laboratório, formando o embrião que, após certo tempo de desenvolvimento, é transferido para o útero da mulher", afirma.
Alternativas
No entanto, as chances de sucesso da FIV também são afetadas pela idade da mulher. "Para mulheres jovens, é esperada uma taxa acumulada de gravidez de até 80% em três tentativas. Mas quando a mulher tem mais de 35 ou 40 anos, o número de tentativas necessárias para se chegar à gravidez pode ser maior, até cinco ou sete vezes", diz Fernando Prado, acrescentando que é um processo desgastante, em termos de tempo e desgaste psicológico e financeiro. "Então, se o êxito não está sendo alcançado, novas estratégias devem ser consideradas, como a ovodoação", afirma.
A ovorecepção consiste no uso de óvulos doados para a realização da Fertilização In Vitro. "Através desse método, as chances de gravidez por meio da Fertilização In Vitro aumentam para cerca de 60% por tentativa mesmo em mulheres que já apresentam uma idade mais avançada, com mais de 40 anos", explica Rodrigo Rosa.
"E, ao contrário do que muitos pensam, a gravidez por doação de gametas, sejam óvulos ou espermatozoides, não reduz o papel de pais do casal receptor, afinal, são eles que garantirão que a criança cresça feliz e saudável. E é fundamental que temas como esses sejam cada vez mais discutidos para conscientizar a população sobre a importância da doação de gametas e para naturalizar a recepção dos óvulos e espermatozoides em tratamentos de fertilidade", acrescenta o médico.
Recomendações
Uma vez optada pela ovorecepção, a Fertilização In Vitro ocorre como qualquer outra, com os óvulos doados sendo fertilizados em laboratório com os espermatozoides. "No período que procede a fertilização dos óvulos, os embriões vivem em um prato, em um forno aquecido à temperatura corporal. A equipe monitora seu crescimento e desenvolvimento e, eventualmente, escolhe o correto para transferir de volta para o útero. O embrião então é gentilmente transferido de volta ao útero em um processo semelhante ao do teste de Papanicolau. Se você tiver muitos embriões saudáveis nesse estágio, eles podem ser congelados para uso posterior", conta Rodrigo Rosa.
Mas Fernando Prado ressalta que, mesmo com óvulos doados ou congelados, não é recomendado que a mulher engravide após os 50 anos. "Após essa idade, os riscos para a gravidez acabam sendo grandes, principalmente por conta de ter pressão alta, diabetes gestacional e parto prematuro. Os riscos para a saúde da mãe acabam sendo maiores e consequentemente afetam o desenrolar da gestação, com riscos também para o recém-nascido", explica.
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