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Quase um mês após o fim do Carnaval 2025, Gabriel David se pronunciou sobre o suposto favorecimento da Beija-Flor para levar o título. O presidente da Liesa e herdeiro da escola de Nilópolis foi ao Instagram, na terça-feira (25), responder seguidores sobre as polêmicas envolvendo a folia. "Todo mundo se colocando no direito de falar, então vou responder um pouquinho", começou.
O noivo de Giovanna Lancellotti destacou comentários de um internauta sobre membros da Liesa serem diretamente ligados a agremiações, questionando o julgamento do Carnaval. Ele, então, explicou como funciona o corpo de jurados.
"Como acontece o formato de escolha e capacidade dos jurados? Como é esse processo e a lisura disso? Mais de 80% desses jurados que julgaram o Rio Carnaval 2025 já estão lá há pelo menos cinco anos. Então, são os mesmos jurados que deram títulos para a Grande Rio, para a Viradouro, para a Imperatriz...", começou.
O 'Elon Musk de Nilópolis', apelido com o qual se divertiu no vídeo, afirmou que a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro não se envolve na votação. "A diretoria inteira da Liesa não tem nenhuma participação no corpo julgador. Tem uma coordenadoria que é completamente à parte de todas as diretorias, que só fala com o presidente ou presidente do conselho e faz todo o trabalho com os jurados do Carnaval", complementou.
Mudança no corpo de jurados
Segundo Gabriel, os membros do júri são substituídos de tempos em tempos. "A gente basicamente entende que esses jurados precisam ser alterados no ano seguinte. Eles são alterados por diversos motivos. A gente analisa o currículo desses jurados de acordo com áreas específicas dentro daquele quesito para entender se essa pessoa tem aptidão para julgar o quesito", disse.
As escolas de samba devem estar de acordo com os membros do corpo de jurados. "Depois, tem uma entrevista, e ele é apresentado para os presidentes das escolas. O currículo é apresentado aos presidentes das 12 escolas que estão na competição. Esses 12 presidentes têm que assinar, dar o aval para esses jurados entrarem de fato e se oficializarem como julgadores do Carnaval que está por vir", detalhou.
Situação da Unidos de Padre Miguel
O presidente também foi questionado sobre a possibilidade da liga analisar o rebaixamento da Unidos de Padre Miguel. A UPM foi penalizada no Carnaval 2025 por uma das juradas sob alegação de suposto “excesso de termos em iorubá” no samba-enredo que conto a história da fundação do primeiro terreiro de candomblé no Brasil, o que causou indignação nos membros da escola. A agremiação foi rebaixada para o Grupo de Acesso.
"A situação da UPM tem uma questão burocrática. Tem três documentos que são públicos, e vocês podem ler, que vão facilitar muito o entendimento: o manual do julgador, o regulamento do Carnaval e o estatuto da Liesa... a maioria das coisas que as pessoas acham que vou escolher de um jeito ou de outro, eu não posso escolher. Não é uma tomada de decisão de uma pessoa. Uma alteração para três dias [de Carnaval], por exemplo, tem que ser votada", começou.
"Eu, como presidente executivo da entidade, não tenho como discutir resultado. A não ser que houvesse uma fraude, mas em momento algum esse foi o caso demonstrado por alguma escola. A gente está discutindo justificativas e sobre notas. Sobre isso, não há uma previsão no regulamento, e não posso alterá-lo uma vez que ele foi aprovado", argumentou.
Gabriel, então, explicou o que pode ser feito. "Qual o caminho normal? Fizeram a solicitação para o presidente da liga, que deu a devolutiva assim como a comissão artística de Carnaval falando que não se pode questionar justificativas e notas. É um regulamento subjetivo por natureza, e isso está no nosso regulamento também... isso foi enviado para o conselho deliberativo da Liesa, que é o próximo passo, e entra na análise jurídica do conselho, que é um outro jurídico, diferente do que a gente tem no executivo", detalhou.
"Entra numa outra estrutura para discutir se tem cabimento o que está pedido para ir para uma assembleia geral ou não, que é diferente de uma plenária. Na assembleia, todos os membros da Liesa votam", complementou.
Gabriel afirmou que a Liesa não está alheia à situação da UPM. "Não é que há um descaso. Muito pelo contrário. Tudo que está previsto no regulamento da entidade tem sido cumprido religiosamente, sem nenhum furo, como já aconteceu no passado em situações em que houve e não houve uma virada de mesa", declarou, citando a polêmica do título do Carnaval 2017, em que a Liesa decidiu pela divisão do título entre Portela e Mocidade após um erro de julgamento.
Gabriel garantiu que o desfecho será dado antes de 11 de abril.
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