Ari Miranda
Fred Moraes
Única News
O secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Fábio Garcia, falou sobre a situação crítica envolvendo as queimadas no Estado, afirmando que os incêndios florestais não têm sido uma exclusividade de Mato Grosso, destacando que outros estados e até mesmo países das américas estão em chamas, devido à seca sem precedentes registrada neste ano.
Garcia lembrou, por exemplo, o caso da Baixada Cuiabana, onde não chove há mais de 120 dias, destacando ainda que o estado aguarda a aprovação do decreto de estado de emergência em mais de 50 municípios de MT pelo Governo Federal, que após a aprovação, deve liberar R$ 18 milhões para o combate as chamas aqui no estado.
“Essa situação de emergência foi reconhecida pelo Governo Federal e nós estamos a espera deles pra aprovar o nosso plano de trabalho [no combate a incêndios, pra que a gente possa contratar mais aviões, caminhões-pipa, Mais EPI's para os brigadistas, pro Corpo de Bombeiros”, destacou.
Em relação aos incêndios no Pantanal, o chefe da Casa Civil afirmou que os incêndios no bioma se intensificaram devido à burocracia e a interferência das entidades de defesa ambiental no bioma, que outrora era conhecido também pela atividade agropecuária, que acabou sendo proibida, destacando que a extinção da criação de gado acabou expulsando o povo pantaneiro do bioma e dando lugar aos incêndios.
“A atividade originaria do Pantanal, que era a pecuária, hoje não é mais praticada, porque ficou praticamente impossível de tanta burocracia, você fazer uma reforma de pastagem no Pantanal. Quando você não faz reforma de pasto, você torna o local economicamente inviável para pecuária. Portanto, no lugar onde você tinha muito pasto baixo e sempre verde, [sem o gado] virou mato, muito mais massa seca pra pegar incêndio. Se o povo pantaneiro estivesse ocupando o Pantanal como sempre ocupou, nós teríamos essa barreira e eles nos ajudariam a cuidar do Pantanal” enfatizou Garcia.
“Eu enxergo na verdade que faltam leis que nos ajudem de fato a proteger o meio ambiente. A gente não protege o meio ambiente com demagogia. (...) Não falta mais leis, faltam leim que funcionam, e a gente não consegue separar preservação ambiental do desenvolvimento rural sustentável, isso é uma utopia", disse.
“PANDEMIA DE INCÊNDIOS”
Quando questionado sobre a afirmação feita pelo ex-ministro da Justiça e atual Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino que nesta terça-feira (10) deu 5 dias para os estados ampliem seus efetivos no combate aos incêndios florestais e classificou as queimadas no Pantanal e Amazônia como uma “pandemia de incêndios florestais", Fábio discordou da fala, asseverando que, em nenhum momento, o Ministro procurou o estado para dialogar sobre o assunto.
"Primeiro, que o ministro [Flávio] Dino não conversou com Mato Grosso. Essa fala dele não aborda Mato Grosso, porque nós temos trabalhado intensamente pra combater incêndios. Acontece que nós estamos na maior seca da história do Brasil, uma das maiores estiagens da historia do estado de Mato Grosso”, apontou.
“Nós temos hoje incêndio pegando no Mato Grosso do Sul, em Goiás, no Pará, Bolívia, Chile, no Peru, na Califórnia (EUA). Ou seja, existe uma crise hídrica mundial e ‘tá’ afetando todos nós. Estamos à espera do Governo Federal [para aprovar nosso plano de combate a incêndios], e o ministro Flávio Dino Poderia nos ajudar a aprovar esse plano.”
Perguntado sobre outra afirmação do ministro, de que Bombeiros de outros estados poderiam ser convocados e remanejados para ajudar nos locais mais prejudicados pelas chamas - entre eles Mato Grosso – Fábio enfatizou que o Governo Estadual não tem medido esforços para buscar ajuda na esfera Federal, reiterando que a afirmação do Ministro do Supremo não se aplica ao caso de MT.
"A gente já havia dialogado com o Ibama, com a Defesa Civil nacional, com o Ministério da Integração Nacional e eu, particular e pessoalmente falei com o ministro Waldez Goes na semana passada, onde a gente analisava a questão dos incêndios no Estado de Mato Grosso. (...) quando ele [Flávio Dino] fala que os estados que não estão usando suas forças de segurança para combater incêndios devem 'sentar na mesa', ele não está falando com Mato Grosso, porque nós estamos usando”, pontuou.
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