18 de Abril de 2025
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AGRONEGÓCIO Terça-feira, 15 de Abril de 2025, 06:55 - A | A

15 de Abril de 2025, 06h:55 - A | A

AGRONEGÓCIO / TARIFAÇO

“Guerra comercial China X EUA pode ser benéfica para o Brasil”, afirma presidente da Aprosoja-MT

Segundo Luciano Beber, Brasil pode tirar proveito de guerra tarifária para expansão do comercio com países afetados pela norma imposta pelos EUA.

Ari Miranda
Única News



A guerra tarifária entre Estados Unidos e China poderá resultar em efeitos positivos para o setor do agronegócio brasileiro - em especial para Mato Grosso, maior representante do setor no país, segundo projeções do presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber.

Em vídeo enviado ao Única News, o gestor afirma que em meio ao embate entre as duas maiores potencias econômicas do mundo, o maior vencedor tem sido o Brasil, que segundo ele, detém a liderança no fornecimento de alimentos para o país asiático.

VEJA VÍDEO NO FINAL DESTA MATÉRIA

“Sabemos que se permanecer as tarifas, como ele [Trump] falou - e ontem foram suspensas por 90 dias, passando a régua em 10% para todos os países, exceto a China, que ele subiu para 125% - o Brasil tem grande vantagem. Hoje, [o Brasil] já é o maior fornecedor de soja para a China, e temos condições de aumentar essa oferta, não só esse ano, como também nos próximos anos para o mercado chinês. Ou seja, essa guerra beneficia diretamente os produtores brasileiros", disse.

Além disso, Beber destacou que as taxações americanas podem beneficiar as negociações brasileiras com os países afetados pela norma imposta pelo governante americano, vendo ainda o momento como uma grande oportunidade de ressuscitar um “velho debate” entre o Brasil e a União Europeia.

“Temos a oportunidade de negociar com a Europa, países do leste asiático e, falando especialmente da Europa, se permanecerem as tarifas altas, é uma grande oportunidade para o Brasil levar a negociação novamente contra a lei anti-desmatamento europeia, que nós vemos não como uma barreira de sustentabilidade, mas uma barreira comercial disfarçada de sustentabilidade e que prejudica o Brasil concorrencialmente diante de outros países”, ressaltou o presidente da Aprosoja MT.

“Nós temos a legislação ambiental mais restritiva do mundo e nossos produtores preservam de fato as florestas nativas dentro das suas propriedades, em áreas que seriam agricultáveis, diferente do que eles [europeus] praticam por lá”, completou.

Beber afirmou ainda que, mesmo reticente em relação à postura de Trump, enfatizou que o Brasil poderá colher bons frutos se o governo brasileiro souber conduzir as negociações com os países afetados pelo “tarifaço” americano, destacando ainda que a imposição americana forçará os países a adotarem melhorias em suas regras de comércio exterior.

“O presidente Donald Trump é um grande jogador, um grande negociador. Ele está tendo uma política nacionalista e as negociações podem acontecer e logo tudo isso voltar ao normal. (...) Está fazendo uma política nacionalista que beneficia a nação dele e o Brasil pode, de certo modo, tirar proveito disso”, asseverou.

“O Brasil é um grande exportador de alimentos e essas tarifas podem [nos] beneficiar sim, e temos que lembrar também que terá um impacto positivo para todas as nações (...), [com] modernização em leis trabalhistas, em leis tributárias e administrativas, para que esses países tenham uma indústria competitiva. Senão, a maioria das nações, as indústrias devem ficar cada vez menore, devem perder força e mercado na concorrência mundial”, pontuou.

 

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