Ari Miranda
Única News
Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (20), o governador Mauro Mendes (UB) confirmou que a licença ambiental para as obras de retaludamento no “Portão do Inferno” deve sair nos próximos dias, colocando de vez um fim na possibilidade de novos deslizamentos de terra do local sobre a rodovia MT-251. As licenças são necessárias o quanto antes, para que a obra - que deve durar 120 dias - termine antes do período de chuvas em Mato Grosso, a partir de outubro.
Desde o final de dezembro de 2023, o trânsito entre Cuiabá e a cidade de Chapada dos Guimarães (65 Km de Cuiabá) tem sido prejudicado pelo risco iminente de deslizamentos de terra, assim como aconteceu no ano passado, quando deslizamentos consecutivos foram registrados no local.
“Eu estive lá em Brasília na semana passada, conversei com o presidente Rodrigo Agostinho [Ibama] e ele me confirmou que sairia [a licença] nos próximos 10 a 15 dias. Já se passaram alguns dias da minha conversa com ele, o Fábio Garcia [Casa Civil] também tem falado constantemente com ele, fazendo a interlocução, e eu realmente acredito que está na iminência de ser emitida”, disse Mauro.
Questionado se o retaludamento no Portão do Inferno será concluído antes do período chuvoso, Mauro disse que tudo dependerá da liberação da licença pelo Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“A empresa tem contrato assinado e ordem de serviço emitida, com prazo de início logo após a emissão da licença. Mas, precisamos ter a confirmação. A empresa tem ali um período de mobilização, mas eu acredito que ela vai cumprir a partir do momento em que a licença sair”, destacou.
No entanto, Mauro ressaltou que, se a licença de fato sair nos próximos dias, é possível que a obra fique pronta até o mês de novembro.
“Se sair amanhã, eu acredito que sim. Ela [a empresa] tem um prazo de 120 dias e acredito que consiga sim concluir antes do período chuvoso. Agora [pra isso acontecer] tem que sair essa licença o mais rápido possível”, concluiu.
Reprodução/Sinfra-MT

RETALUDAMENTO
O Governo de Mato Grosso apresentou no dia 28 de março deste ano o projeto com a solução definitiva para evitar desmoronamentos e liberar o trânsito no trecho da MT-251, a “Estrada de Chapada”. O projeto escolhido, após uma série de estudos, foi o retaludamento do morro no Portão do Inferno.
O retaludamento consiste na retirada do maciço rochoso do local e a criação de taludes, uma série de recortes, que funcionam como degraus para impedir os deslizamentos de terra. Com isso, a estrada será recuada em dez metros, evitando também a passagem sobre o viaduto que existe hoje no local.
A opção pelo retaludamento foi escolhida levando em conta uma série de fatores: mais segurança quanto ao risco de quedas de blocos e também em relação ao possível colapso do viaduto; custo financeiro menor; prazo de execução mais rápido; menos complexidade e menos impacto socioeconômico ao município de Chapada dos Guimarães.
A empresa contratada para realização da obra foi a Lotufo Engenharia, que apresentou a melhor proposta financeira, de R$ 29,5 milhões. O contrato já foi assinado, assim como a ordem de serviço, e as obras devem começar cinco dias após a autorização dos órgãos ambientais federais.
A previsão é que os serviços sejam executados em um prazo de 120 dias, após a aprovação dos órgãos federais. Durante a execução da obra e até o seu fim, a previsão é que o trânsito no Portão do Inferno fique bloqueado entre às 7h30 e 16h30, com o tráfego liberado no fim de semana.
Neste período, o trânsito ainda deve continuar funcionando no esquema de pare e siga, como forma de evitar acidentes e preservar a estrutura do viaduto. No entanto, as medidas podem ser reavaliadas a medida em que a obra for evoluindo.
Reprodução/Internet

DESLIZAMENTOS
O primeiro grande deslizamento de terra no Portão do Inferno foi registrado no dia 11 de dezembro de 2023. Por conta disso, no dia seguinte foi publicado um decreto de Situação de Emergência no local.
Em pouco mais de 90 dias desde então, a Sinfra-MT realizou ações emergenciais, elaborou projetos, realizou a licitação emergencial e assinou o contrato e a ordem de serviço para início dos trabalhos.
Vários estudos técnicos foram realizados para embasar a solução técnica. Além dos problemas na parte de cima, há outros riscos envolvidos na parte inferior do viaduto, onde foram constatados deslizamentos de terra e uma grande quantidade de fraturas, que correm o risco de queda
Desde o dia 27 de dezembro, foram registrados 16 quedas de blocos de terra, sempre em dias de chuva ou vento forte. Os estudos locais verificaram que os blocos caíram de altura maior em relação a anos anteriores, o que aumentou o impacto na rodovia.
As quedas pararam no final de fevereiro, após a colocação das telas e remoção da maioria dos blocos soltos.
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