Euziany Teodoro
Única News
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, atendeu pedido do Ministério Público e suspendeu os interrogatórios dos envolvidos na 5ª fase da Operação Sodoma, previstas para 10, 11 e 12 deste mês. Não há nova data marcada para os depoimentos e é a segunda vez que os interrogatórios são adiados, a primeira em dezembro de 2018.
Hoje (10) seriam ouvidos: o ex-governador Silval Barbosa; os ex-secretários Sílvio Araujo e Cesar Zilio. Nesta quinta-feira (11) seriam ouvidos Pedro Elias de Mello; Juliano Cesar Volpato e Valdísio Juliano Viriato; já na sexta (12), dariam seus depoimentos Edézio Correa, Alaor de Paula e Diego Pereira Marconi. Também foi suspenso o depoimento de José de Jesus Cordeiro e Francisco Faiad, marcos para o dia 15 de abril.
De acordo com o Ministério Público, as suspensões seriam a melhor alternativa, para eficácia do processo, devido ao fato de que a ação penal contra Francisco Faiad, tido como um dos chefes do esquema, está interrompido, ou seja, sob sobrestamento.
“Argumentou o Parquet que, estando a instrução probatória prejudicada em relação ao acusado Francisco anis Faiad, em face da decisão proferida nos autos de Exceção de Suspeição n° 92722 2017, os mesmos efeitos suspensivos devem ser estendidos aos demais corréus”, diz o pedido do MP, acatado pelo juiz.
Segundo o Ministério, tendo em vista o importante papel de Faiad na organização, a suspensão é a medida mais coerente. “Aduziu que que a suspensão recaiu sobre réu que teve importante atuação no esquema criminoso, compondo a estrutura central desta Ação Penal, pelo que, o adiamento das audiências designadas é a medida mais coerente e adequada na busca de um resultado útil e eficaz, uma vez que as provas teriam que ser futuramente repetidas em relação ao acusado FRANCISCO ANIS FAIAD, porquanto, dos 10 (dez) demais corréus, 09 (nove) são colaboradores”.
Sodoma 5
A 5ª fase da Operação Sodoma foi deflagrada no dia 14 de fevereiro de 2017. A ação investiga fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, realizados pelos representantes da empresa Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, em benefício da organização criminosa comandada pelo ex-governador, Silval da Cunha Barbosa.
Foram presos, na ocasião, Silval Barbosa, Sílvio Cesar Corrêa Araújo, José Jesus Nunes Cordeiro, Valdisio Juliano Viriato e Francisco Anis Faiad.
Segundo a Polícia Civil, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (SAD) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra).
As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado, efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.
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