29 de Abril de 2025
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POLÍTICA Terça-feira, 29 de Abril de 2025, 10:55 - A | A

29 de Abril de 2025, 10h:55 - A | A

POLÍTICA / OPERAÇÃO PERFÍDIA

Chico diz que apenas aprovou mensagem da gestão Emanuel e nega ter recebido propina; “O que eu tenho com isso?”

Euziany Teodoro
Ari Miranda
Única News



O vereador Chico 2000 (PL), alvo da Operação Perfídia nesta terça-feira (29), negou qualquer envolvimento em suposto esquema de propina recebida da empreiteira responsável pelas obras do Contorno Leste, em Cuiabá.

As investigações tiveram início com uma denúncia recebida pela DECCOR em meados do ano passado – época em que Chico 2000 ainda era presidente da Casa de Leis. Conforme o denunciante, os dois parlamentares teriam solicitado o benefício ilegal a um funcionário da empresa para aprovar uma matéria legislativa, que possibilitou o recebimento de pagamentos do ano de 2023, devidos à empresa pelo então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).

Em entrevista ao Única News nesta manhã, Chico explicou que, na condição de presidente da Câmara naquela ocasião, apenas levou a mensagem do Executivo Municipal para análise do plenário e foi autorizado que o Município parcelasse milhões em dívidas para que pudesse voltar a receber repasses federais.

“Foi aprovada com 20 votos essa mensagem do Executivo autorizando o Executivo a parcelar os seus débitos. Para quê? Para que o Executivo pudesse voltar a receber recursos do governo federal e a partir daí é mover a máquina, pagar suas dívidas, trabalhar. Nesse meio tempo, uma determinada empresa, que eu vou me reservar o direito de não citar o nome, em obediência à decisão oficial, alegam que esta empresa foi beneficiada com essa mensagem do Executivo e que um determinado vereador teve o apoio do presidente vereador Chico 2000 para aprovar essa mensagem do Executivo para que o Executivo pudesse pagar essa empresa”, afirmou o vereador.

No entanto, foi justamente na aprovação desta mensagem, segundo as investigações, que a empreiteira teria sido beneficiada, pois Emanuel Pinheiro teria quitado dívidas com a empresa de forma preferencial.

Chico diz que “não tem nada com isso” e que apenas deu encaminhamento à mensagem da Prefeitura no legislativo.

“Então, assim, o que eu tenho com isso? Eu não sou prefeito, eu não pago conta da prefeitura, eu não faço as mensagens do Executivo. As mensagens do Executivo que vêm para esta casa passam por todas as comissões, vai para o plenário. Eu gostaria de saber aonde eu entro. Mas isso o meu advogado, naturalmente, estará buscando respostas para esse fato.”

Fato é que Chico foi alvo de mandados de busca e apreensão em seu gabinete na Câmara e também em casa. Ele está afastado da função de vereador e proibido de frequentar o prédio da Câmara Municipal até o fim das investigações.

A OPERAÇÃO

Deflagrada na manhã desta terça-feira (29), a operação cumpriu 27 ordens de busca e apreensão na cidade de Cuiabá, nas casas dos dois vereadores e nos gabinetes deles na Câmara de Vereadores da Capital, além de buscas nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, local onde o crime teria ocorrido.

De acordo com Polícia Civil, as investigações tiveram início com uma denúncia recebida pela DECCOR em meados do ano passado – época em que Chico 2000 ainda era presidente da Casa de Leis. Conforme o denunciante, os dois parlamentares teriam solicitado o benefício ilegal a um funcionário da empresa para aprovar uma matéria legislativa, que possibilitou o recebimento de pagamentos do ano de 2023, devidos à empresa pelo então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).

Após a aprovação, segundo a denúncia, uma parte dos valores teria sido depositada em uma conta indicada por um dos vereadores e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie a um deles no interior de seu gabinete na Câmara, local que teria sido o “palco” da negociata ilegal.

Com o cumprimento dos mandados, tanto Chico 2000 quanto Sargento Joelson foram afastados do cargo por decisão judicial e estão impedidos de manter contato entre si, com testemunhas e servidores da Câmara de Cuiabá, bem como de acessar à sede do legislativo ou as obras do Contorno Leste.

Eles também não poderão se ausentar da cidade sem autorização da Justiça. Além disso, ambos deverão entregar seus passaportes imediatamente à autoridade policial.

O nome da operação (Perfídia) faz menção ao significado da palavra, que significa “a qualidade de alguém que age com falsidade, traição ou deslealdade, ou seja, que não cumpre com as promessas ou obrigações”.

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