Euziany Teodoro
Ari Miranda
Única News
Em 2024, ainda como deputado federal, o atual prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), foi o autor da denúncia que iniciou as investigações sobre suposto esquema de propina envolvendo os vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson, na Câmara de Cuiabá.
Os parlamentares foram alvos da Operação Perfídia na manhã desta terça-feira (29), foram afastados do cargo e estão proibidos de frequentar o prédio da Câmara de Vereadores.
Conforme as investigações da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), os vereadores teriam recebido propina da empreiteira responsável pelas obras da Avenida Castorina Sabo Mendes, o “Contorno Leste" de Cuiabá.
Abílio conta que recebeu em seu gabinete um funcionário da empreiteira responsável pelas obras do Contorno Leste e, quando viu que seria necessário ordenar quebra de sigillo bancário e telefônico, por exemplo, decidiu encaminhar à Polícia Civil.
"Sobre essa denúncia, ela aconteceu entre 2023 e 2024. Eu tinha recebido uma pessoa no meu gabinete. Essa pessoa estava muito preocupada e ela queria fazer uma denúncia. Eu falei: essa denúncia que a pessoa queria fazer não cabia a mim, porque ela cabia a outra esfera. Eu falei: ‘olha, eu posso encaminhar você até a delegacia e lá na delegacia você faz a denúncia, apresenta as provas e faz’. A documentação, como era print de WhatsApp e outras coisas, eu achei meio sensível pra poder ser apurada e caberia mesmo à própria polícia fazer a investigação, porque print pode ser manipulado. Qualquer pessoa pode pegar um print de WhatsApp e alterar", explicou ao Única News.
Naquela ocasião, ele não tinha os nomes dos vereadores envolvidos. Afirma apenas que "fez a sua parte".
"Eu não tinha o nome do vereador na época. Não tinha o nome do Chico, nem nada. Tinha alguma sugestão do vereador, mas eu não tinha como conferir se a denúncia era verdadeira ou não. Então, a única coisa que eu podia fazer era encaminhar à polícia, que aí a polícia tem os instrumentos de investigação pra saber se a denúncia era verdadeira ou não e foi isso que eu fiz. Isso, no final de 2023 ou no começo de 2024, e eu deixei a denúncia lá. Fiz a minha parte, entreguei pra polícia, não tinha como eu verificar, porque trata sobre necessidade de quebrar sigilo bancário, necessidade de interceptação telefônica e isso eu, como parlamentar, não podia fazer. A única coisa que eu podia fazer era verificar se o contrato da empresa era existente e era um contrato existente."
A operação cumpriu 27 ordens de busca e apreensão na cidade de Cuiabá, nas casas dos dois vereadores e nos gabinetes deles na Câmara de Vereadores da Capital, além de buscas nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, local onde o crime teria ocorrido.
A Deccor recebeu a denúncia de Abilio em meados do ano passado – época em que Chico 2000 ainda era presidente da Casa de Leis. Conforme a denúncia, os dois parlamentares teriam solicitado o benefício ilegal a um funcionário da empresa para aprovar uma matéria legislativa, que possibilitou o recebimento de pagamentos do ano de 2023, devidos à empresa pelo então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
Após a aprovação, segundo a denúncia, uma parte dos valores teria sido depositada em uma conta indicada por um dos vereadores e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie a um deles no interior de seu gabinete na Câmara, local que teria sido o “palco” da negociata ilegal.
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