26 de Abril de 2025
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POLÍCIA Sábado, 26 de Abril de 2025, 12:25 - A | A

26 de Abril de 2025, 12h:25 - A | A

POLÍCIA / NA MORADA DO OURO

Perícia recolhe lençóis e objetos da casa onde Heloysa foi assassinada a mando do padrasto

Em entrevista ao Única News, o delegado Guilherme Bertolli, um dos responsáveis pelas investigações, confirmou que a jovem sofreu abusos sexuais durante o ataque ordenado pelo namorado da mãe dela

Christinny dos Santos
Única News



O lençol da suíte da casa onde a adolescente Heloysa Maria Alencastro, de 16 anos, foi sexualmente abusada e executada foi recolhido durante nova perícia técnica realizada pela Politec, na noite dessa sexta-feria (25). Dentre as análises, a equipe visa identificar o autor da violência sexual cometida contra a vítima durante o ataque.

Três pessoas cometeram o crime no local, diretamente. O filho de Benedito, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, e dois menores de idade: J.L.F.G., de 17 anos. e J.V.P.B., de 16. Ainda não é possível concluir qual deles cometeu o abuso contra a jovem.

O delegado Guilherme Bertolli, um dos responsáveis pelas investigações, já havia confirmado que a jovem sofreu abusos sexuais. "Apesar de não ter havido rompimento do hímen, há lesões compatíveis com atos libidinosos, segundo o laudo pericial", afirmou o delegado à reportagem. No entanto, até momento, não foi possível determinar o autor do crime, para tanto, foi necessária a realização de nova perícia técnica.

Saiba mais sobre o caso aqui

A equipe da Politec encontrou substância possivelmente biológica, o material, no entanto, ainda deve passar por análise. Além do lençol, foram recolhidos também copos, garrafas, que podem conter material genético dos criminosos.

"Recolhemos alguns objetos que podem constar impressões digitais, mas tudo isso vai ser feito com mais cautela, com mais detalhe no laboratório. [...] Foi recolhido copos, garrafas, que segundo a informação aqui, sugestivo que eles utilizaram tomando água na casa. Algumas cordas, que também foi sugestivo que teve estrangulamento com a corda. E um lençol da suíte, da cama, que nesse lençol foi apresentada alguma substância possivelmente nada conclusivo, absolutamente indicativo de substância biológica", afirmou o perito Prudente Alencar.

A advogada da família de Heloysa, Renata Cristaldo, afirmou que tal análise é muito importante, pois deve auxiliar no entendimento da dinâmica do crime. "A perícia técnica aqui no local é fundamental para a polícia entender a dinâmica dos fatos e ajudar a esclarecer a participação de cada envolvido na ação criminosa", afirmou.

Durante o ataque, Heloysa foi espancada e morta por estrangulamento, com o uso de um fio de carregador USB. Depois, foi enrolada em um lençol, colocada no porta-malas do carro da mãe dela, um HB20 prata, e então desovada em um poço desativado no bairro Ribeirão do Lipa. Suellen Alencastro, mãe de Heloysa, também foi brutalmente espancada durante o crime e está hospitalizada.

Mandante

O mandante do crime é Benedito Anunciação, que cooptou o próprio filho para cometer o crime e ainda deixou o trio de criminosos da casa de Heloysa, no bairro Morada do Ouro, para que "fizessem o trabalho". Ele foi preso horas depois, acompanhando a mãe da garota no hospital, colmo se nada tivesse a ver com o crime.

Em entrevista antes da audiência de custódio, Benedito ainda tentou culpar a mãe de Heloysa pelo crime, dizendo que ela "pediu"para ele fazer aquilo, por supostamente não aceitar a homossexualidade da filha. No entanto, em depoimento à Polícia Civil, ele nunca citou essa informação. Disse apenas que "queria dar um susto" em mãe e filha, não matar.

Ao que tudo indica, ele enfrentava problemas no namoro com Suellen e agiu por ciúmes e vingança contra Heloysa, que não aprovava o relacionamento da mãe com o bandido.

Crime e desfecho

A adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, foi assassinada por estrangulamento, com o cabo de carregador de um celular dentro da própria casa, na terça-feira (22), no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá.

Posteriormente, ela teve o corpo amarrado e jogado dentro de um poço abandonado no bairro Ribeirão do Lipa. O cadáver da jovem foi colocado no local.

A Polícia Militar foi acionada às 18h de terça-feira (22) para atender uma ocorrência de roubo envolvendo reféns no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá. No local, os militares foram informados que os criminosos haviam roubado o carro HB20 prata e levado Heloysa como refém. Rapidamente, os agentes deram início às investigações para saber o paradeiro da vítima.

As autoridades utilizaram as imagens das câmeras de segurança do programa VigiaMais MT para saber que caminho os criminosos tomaram com o veículo roubado, onde a vítima estava. As equipes descobriram que o veículo seguiu em direção ao bairro Ribeirão do Lipa.

Imediatamente, os policiais se deslocaram e identificaram que o carro passou próximo a uma região de mata, onde também foram encontradas as placas do HB20, arrancadas pelos bandidos. Os policiais então avistaram um lençol no chão, próximo a um poço de 8 metros de profundidade. Dentro do poço estava o corpo de Heloysa.

Durante as investigações e acompanhamento da Inteligência do Bope, as autoridades chegaram até uma residência onde possivelmente os suspeitos estavam. Ao entrar no local, um dos envolvidos conseguiu fugir pelo telhado da casa.

Já o outro de 17 anos foi capturado e relatou aos agentes sobre a participação de Benedito e de seu filho de 18 anos no crime.

Nesse momento, os militares foram avisados sobre a participação de Benedito e realizaram a prisão. O suspeito estava acompanhando Suellen no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) no momento em que foi preso.

Ainda segundo o menor de 17 anos, Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, filho do mandante, estava na casa de sua avó. Os policiais se deslocaram até a residência, onde avistaram o veículo HB20 roubado. Gustavo foi preso dentro do imóvel.

O quarto envolvido, de 16 anos, que havia conseguido fugir, foi apreendido no dia seguinte e confirmou sua participação no crime.

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