Ari Miranda
Única News
Um áudio de WhatsApp divulgado pelo portal Metrópoles, atribuído a um sobrinho de Jorge Ávalo (60), trabalhador que foi atacado e devorado por uma onça-pintada na última segunda-feira (21) no Pantanal, revelou que o felino já vinha há dias monitorando os passos de seu tio, que segundo ele, acabou “vacilando” e facilitando o ataque.
OUÇA O ÁUDIO NO FINAL DA MATÉRIA
Noticiado pelo Única News, o incidente, que ganhou repercussão nacional, aconteceu no distrito de Touro Morto, zona rural de Aquidauana (MS). “Jorginho”, como era conhecido, foi atacado pelo animal no deck do pesqueiro onde ele trabalhava, no encontro dos rios Miranda e Aquidauana.
ENTENDA O CASO:
- Caseiro é atacado e morto por onça pintada em pesqueiro no Pantanal
- VÍDEO: Onça que matou caseiro no Pantanal também atacou equipe de buscas
No áudio, enviado a um conhecido da família, o sobrinho da vítima revela que o animal já vinha rondado o pesqueiro, alegando que Jorge já tinha se acostumado com a presença constante do animal selvagem na área.
“Ela [a onça] já monitorava ele [Jorge]. Ela vivia rondando o pesqueiro e ele facilitava. No fim, o que aconteceu? ‘Ela que amansou ele’ [Sic.]”, apontou o homem.
“Ele descuidou, não deu muita atenção. Achava que ela só ia andar ali à noite, na hora que ele estava dentro da casa. Ele acabou ficando tranquilo sobre isso, mas o que acontece: ela foi esperta”, completou.
Além disso, o sobrinho da vítima não descartou que o ataque possa ter sido o "troféu" de dias de observação da onça à rotina de seu tio tio e toda a movimentação costumeira do homem pela área.
“Ele levantava por volta das 5:30 da manhã, ia para cozinha, fazia o café dele, deixava clarear mais um pouco e lá pelas dez para as seis, ele ia até os barcos ver como estavam e, nesse dia, acabou acontecendo a fatalidade: ela ficou escondida e atacou ele”, pontuou o sobrinho.
Reprodução | Internet
Onça-pintada (Panthera onca).
FENÔMENO RARO
Conforme a Polícia Militar Ambiental (PMA) de Mato Grosso do Sul, ataques de onças a humanos são muito raros podem acontecer quando há falta de alimentos na área ou se o animal se sente ameaçado. Também pode acontecer no período reprodutivo, quando a onça tem instinto de proteger seus filhotes.
No caso de Jorginho, segundo os agentes, ele manipulava mel de abelhas no momento do ataque e o cheiro pode ter atraído o animal.
Outra possibilidade investigada é sobre a possibilidade da existência de uma “ceva” no local – prática sistêmica proibida, porém bastante utilizada de forma ilegal na região, onde alimentos são jogados na água ou na beira dos rios para atrair a fauna aquática e terrestre do bioma, de forma que os animais possam ser avistados pelos turistas.
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