Da Reuters
Brasília
O Brasil vê espaço para a tributação sobre super-ricos ganhar apoio nesta semana nas reuniões de líderes financeiros das maiores economias do mundo, disseram duas fontes do governo, ainda que a proximidade das eleições nos Estados Unidos possa jogar sombra sobre o futuro da proposta.
A ideia é focar os debates em um acordo que dê autonomia aos países para gastar os recursos levantados com a tributação dos bilionários, recuando de discussões anteriores que abordavam também a importância da canalização do dinheiro para o atendimento de necessidades específicas, buscando ampliar o fluxo de recursos a regiões mais pobres.
Após acordo fechado entre negociadores do G20 para produzir declarações de consenso que evitem o tema da geopolítica, representantes da trilha financeira se reúnem no Rio de Janeiro, com o Brasil — que preside o grupo este ano — confiando na viabilidade de um documento conjunto sobre cooperação tributária internacional.
"É tema central na trilha de finanças este ano, independentemente da eleição norte-americana", disse uma das fontes, que falou em condição de anonimato.
O fortalecimento da candidatura do republicano Donald Trump ao comando da maior economia do mundo tem feito negociadores mencionarem nos bastidores que a ideia de taxar bilionários, proposta pelo Brasil como pilar adicional na cooperação tributária internacional, pode perder completamente a tração se ele vencer as eleições de novembro. Trump é um notório defensor de cortes intensos de tributos.
Uma das fontes pontuou que isso aumenta a importância de o tema ser tratado com ênfase na reunião dos ministros de Finanças desta semana, já que o próximo encontro do grupo, em outubro, o último antes da cúpula de líderes do G20 em novembro, deverá ser eclipsado pelas eleições presidenciais nos Estados Unidos, que acontecem em 5 de novembro.
"A gente chega em julho consciente de que precisa fechar negócio. Outubro vai estar totalmente poluído pela eleição norte-americana", disse uma das fontes, que falou à Reuters em condição de anonimato.
Entre os apoiadores da proposta brasileira para a implantação de um padrão global de tributação sobre bilionários, estão França, Espanha, Colômbia, Bélgica, União Africana e África do Sul, que assumirá a presidência do G20 no ano que vem.
Agora, o Brasil buscará ressaltar os benefícios da proposta para tornar o sistema tributário mais progressivo, em linha com uma de suas grandes bandeiras no G20 de reduzir a desigualdade no mundo.
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