Cuiabá, 06 de Maio de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 11 de Maio de 2022, 15:01 - A | A

11 de Maio de 2022, 15h:01 - A | A

POLÍTICA / NEGOU DESAPROPRIAÇÃO

AL arquiva projeto de Wilson para promover assentamento urbano do Altos do Ubirajara

Thays Amorim
Única News



Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) votaram nesta quarta-feira (11) contra o Projeto de Lei nº 31/2022, de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD), que pretendia autorizar o Governo do Estado a promover o assentamento urbano da comunidade do Altos do Ubirajara, em Cuiabá. A proposta foi arquivada por 11 votos.

O drama que vivem cerca de 150 famílias do Altos do Ubirajara já foi noticiado pelo Única News. Em dezembro do ano passado, próximo ao Natal, a Segunda Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já havia determinado o despejo dos ocupantes. Em abril deste ano, uma segunda decisão também determinou a desocupação, que chegou a ser cumprida.

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O parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi contrário à proposta, por inconstitucionalidade. Em plenário, Wilson pontuou que o projeto não tinha como objetivo determinar a desapropriação – e, consequentemente, indenização ao proprietário – da área de cerca de nove hectares, mas sim conceder uma autorização ao Executivo.

“Nós estamos dando ao Poder Executivo a autorização para que ele faça uma pequenina desapropriação, de apenas nove hectares, onde 159 famílias estão dormindo no relento, onde infelizmente houve uma decisão judicial que determinou a derrubada 159 barracos. Se qualquer um de nós formos lá, vai cortar o coração. Essas pessoas estão dormindo no relento, praticamente carregadas por mosquitos, sem energia, sem água. Não sei como sobrevivem”, destacou o parlamentar.

O deputado Pedro Satélite (PSD) foi contrário, seguido pelo deputado Gilberto Cattani (PL). “Eu prefiro cautela do que as pessoas me aplaudirem agora, e lá na frente chorarem e dizem que foram enganas”, afirmou Satélite.

Com a galeria cheia de pessoas ligadas ao movimento do Altos do Ubirajara, Cattani, que é do movimento agrário, se posicionou contra o assentamento – o que gerou vaias - e afirmou que a área possui dono legítimo.

“É muito bom para o deputado vir aqui e vocês aplaudirem, é muito gostoso para quem está na política. [...] eu quero falar para vocês que sou um assentado, que nunca invadi nada, assentado da verdadeira reforma agrária. Eu não vou aqui discutir o projeto do Wilson Santos, eu quero dizer aqui que em sua maioria, os senhores estão sendo enganados. Trago aqui comigo o contrato de compra dessa área. Aqui você tem todos os recibos de pagamento, foi pago R$ 1 milhão, trago aqui comigo a escritura pública. Quando você fala que você quer a sua terra, a sua área, é um direito legítimo. Mas você não pode querer a área dos outros”, disse, sendo vaiado pelas pessoas que assistiam a sessão.

Wilson rebateu as afirmações de Cattani, afirmando que a desapropriação está prevista na lei, por necessidade, utilidade pública ou interesse social, mediante indenização ao proprietário.

“O que o colega Cattani disse aqui foi um mar de bobagens, desprovido de todo conhecimento de direito, de história e Constituição. Eu quero chamar atenção do deputado Cattani para que o senhor abra a Constituição Federal, no artigo 5º, inciso 24. Então, vossa excelência quando se levanta e vai ali naquela tribuna, tem que ter o mínimo conhecimento do que fala”, enfatizou.

O deputado Ulysses Moraes (PTB) chegou a discutir na tribuna o seu posicionamento contrário. O autor da proposta chegou a citar um parecer da Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que pontuou que o projeto não seria inconstitucional.

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