Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍCIA Quinta-feira, 20 de Julho de 2017, 16:17 - A | A

20 de Julho de 2017, 16h:17 - A | A

POLÍCIA / VÍTIMA TINHA LEPRA

Advogado que manteve idoso cego em trabalho escravo é preso

por Redação



(Foto: Arquivo Pessoal/ Facebook)

Advogado Robson Medeiros

 

Nesta quinta-feira (20), o advogado Robson Medeiros, de 42 anos, e do seu ex-sogro, Lelui Antonio Pertile Bombarda, de 72 anos, foram presos pela Polícia Civil. Ambos estavam foragidos desde o último dia 7, após a polícia resgatar pessoas que viviam em condição análoga de escravo, na propriedade rural deles, em Colniza (a 1.065 km de Cuiabá).

 

Os dois são acusados de sequestro e cárcere privado, redução à condição análoga de escravo, maus tratos e constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se da condição de superior hierárquico. 

 

Na região Norte do Estado, a polícia também prendeu outras cinco pessoas acusadas dos mesmos crimes. 

 

 

A propriedade de Colniza

 

Após receberem a denúncia, os policiais da Delegacia de Colniza diligenciaram até a Fazenda São Lucas, de propriedade do advogado, na linha 36, km 09, sentido Guariba, onde encontraram o senhor J.P.R. , vivendo em um quarto com muito ratos e próximo ao chiqueiro.

 

O funcionário, que nunca teve carteira assinada e recebia apenas moradia e comida pelos trabalhos prestados, ficou cego do olho esquerdo devido um acidente de trânsito no ano de 2015 e amputou uma perna em razão de ferimento ocasionado quando apagava um incêndio na propriedade.

 

A vítima também é portadora de Hanseníase e não sente dores no corpo. Há cerca de quatro meses os ratos que convivem no quarto roeram a perna da vítima enquanto ela dormia, e ao levantar ele percebia as poças de sangue no colchão.

 

Conforme informações, o único banheiro adequado na fazenda fica trancado. Por isso, a vítima tomava banho de mangueira atrás da casa, ou em uma lagoa onde divide o espaço com porcos, bois e cavalos.

 

De acordo com a vítima, seus documentos pessoais estão há cerca de um ano em poder do ex-sogro do patrão, supostamente para dar entrada em sua aposentadoria.

 

Na mesma propriedade, os investigadores conversaram com outra família que também trabalha sem carteira assinada.  A filha do casal, de 13 anos, contou que por várias vezes já foi convidada pelo patrão para ter relação sexual com ele e a sua esposa.

 

Segundo a adolescente, o advogado diz que por enquanto não vai força-la por ela ser menor, mas depois que ela completar 14 anos não passa.

 

Por meio de relatos de mais testemunhas, os policiais descobriram que em outras fazendas do advogado existem pessoas vivendo na condição análoga a de escravo.

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