Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Quinta-feira, 14 de Março de 2024, 12:06 - A | A

14 de Março de 2024, 12h:06 - A | A

POLÍCIA / ESTÁ FORAGIDA

Caso Zampieri: Esposa de fazendeiro é investigada por ter transferido dinheiro a coronel do Exército

Transferências feitas próximas ao dia do crime acabaram colocando a mulher no centro das investigações

Ari Miranda
Única News



Elenice Ballarotti Laurindo, esposa do fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, que está foragida da justiça por suspeita de envolvimento na morte do advogado Roberto Zampieri (56), teria feito transferências bancárias ao coronel da reserva do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas (68), apontado pela Polícia Civil como financiador da morte do jurista.

Segundo o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, as transferências realizadas por Elenice para a conta do coronel e o fato dela estar desaparecida acabaram colocando a mulher no centro das investigações como a possível mandante do crime.

“Ela [Elenice] fez transferências bancárias ao coronel [Caçadini]. Então, quando ela faz essas transferências, acaba entrando também na investigação. Agora, a função da Polícia é descobrir até que profundidade cada um participou desse crime”, afirmou.

“Ainda não temos o valor total, porque não teve uma quebra de dados bancários. Porém, tivemos acesso a algumas transferências compatíveis com a data que os executores [Antônio e Hedilerson] vieram para cá”, completou o delegado.

De acordo com a defesa de Aníbal e Elenice, a mulher estaria internada em outro Estado, porém se apresentará em breve à Polícia, assim que receber alta.

“Informaram que ela estava passando por problemas de saúde e por esse momento não conseguiria se apresentar imediatamente, disse Nilson Farias.

Aníbal, apontado pela Polícia como o mandante do crime, chegou a ser preso na manhã da última segunda-feira (11), porém foi liberado cinco horas depois, após audiência de custódia.

DISPUTA DE TERRAS

Até o momento, conforme as investigações, a principal hipótese para o assassinato de Roberto Zampieri é a existência de uma disputa judicial em Paranatinga (375 Km de Cuiabá), onde o irmão de Aníbal perdeu uma fazenda para um dos clientes do advogado.

“Teve uma reintegração de posse em seu desfavor do irmão do Aníbal e, no momento da reintegração, na execução de sentença, também entrou em discussão a terra do Aníbal”, explicou o delegado nesta semana.

Para Nilson Farias, Aníbal pode ter cometido o crime por medo de perder suas terras para Roberto, assim como seu irmão perdeu.

“Ele entrou com uma intervenção de terceiros alegando que a terra dele não tinha nada a ver com aquela disputa do seu irmão”, explicou.

(Foto: Reprodução/Montagem)

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O coronel do exército Etevaldo Caçadini e o fazendeiro Aníbal Laurindo.

LIGAÇÃO COM CORONEL

Ainda conforme o delegado, Aníbal fazia parte de um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), intitulado "Frente Ampla Patriota". Foi através deste grupo que ele teria conhecido o coronel da reserva do Exército Brasileiro, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado nas investigações como o financiador da morte de Zampieri.

“O coronel [Caçadini] representa a Frente Ampla Patriota. Pelo que a investigação demonstra, [o movimento] acabou criando uma proximidade entre o coronel e o Aníbal. Eles iam pra frente de quartéis pedindo uma ação mais enérgica do Exército em prol do conservadorismo”, conta Nilson

O CRIME

Roberto Zampieri foi assassinado por volta das 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023 em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da capital. O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros dentro de sua picape, uma Fiat Toro, pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).

Estão presos o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho; e o financiador do assassinato, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas.

As prisões, parte delas efetuadas na região metropolitana de Belo Horizonte de Belo Horizonte (MG), foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, com base nas investigações conduzidas pela equipe da DHPP e contaram com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.

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