Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Terça-feira, 19 de Março de 2024, 18:02 - A | A

19 de Março de 2024, 18h:02 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO VEREDICTO

Advogado do Comando Vermelho volta a ser preso acusado de ajudar "tribunal do crime" em MT

Vítimas teriam sido mortas por pertencerem a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), principal rival do CV no país.

Da Redação
Única News



A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (19) a Operação Veredicto, onde o advogado Roberto Luís de Oliveira e os faccionados Robson Júnior Jardim dos Santos e Tiago Teles, líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso.

Os três estão presos em locais diferentes do estado. Tiago cumpre pena na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Já Robson está preso na Penitenciária Ahmenon Dantas, em Várzea Grande. O advogado, por sua vez, está preso desde a semana passada no batalhão da Força Tática, em Sinop (500 Km de Cuiabá), para onde foi após ser preso durante a Operação Gravatas, da Polícia Civil de Tapurah (388 Km de Cuiabá).

Conforme as investigações, o advogado e os dois faccionados são acusados de matarem Riquelme Souza Félix (22) e Joel Pereira Silva (26), durante uma execução do “tribunal do crime” da facção, em maio de 2022.

De acordo com a Polícia Civil, os corpos das vítimas foram encontrados decapitados, com mãos e pés amarrados e em avançado estado de decomposição, em uma área de mata em Itanhangá (601 Km de Cuiabá). Após investigação, a Polícia chegou aos cinco executores do crime, sendo três adultos e dois adolescentes.

(Foto: Reprodução/Montagem)

RIQUELME E JOEL.jpg

Joel Pereira da Silva e Riquelme Souza Félix foram vítimas do "Tribunal do Crime" na cidade de Itanhangá, em abril de 2022.

PARTICIPAÇÃO DO ADVOGADO

Roberto Luís é apontado como o chefe de uma quadrilha formada por outros três advogados e um policial militar, que prestava auxílio jurídico para as lideranças da facção no norte do Estado, de acordo com as investigações divulgadas pela Polícia Civil.

Riquelme e Joel foram sequestrados e levados para serem “julgados” pelo tribunal do crime em abril de 2022. No local, os executores fizeram uma videochamada com os líderes da facção, para decidirem sobre a morte das vítimas.

Durante o “julgamento”, um dos líderes entrou em contato com o advogado Roberto Luís de Oliveira para que fizesse um levantamento das possíveis passagens criminais das vítimas nos estados de Pernambuco e São Paulo, estados onde o crime organizado é chefiado pelo pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), principal facção rival do Comando Vermelho.

Em tempo real, o advogado enviou ao “patrão” os registros obtidos nos sistemas do Judiciário, confirmando que as vítimas tinham envolvimento com o PCC em suas regiões de origem. Após a confirmação, Riquelme e Joel foram torturados, esfaqueados e por fim decapitados. O crime foi filmado e as imagens compartilhadas com os líderes da facção.

“Assim, o advogado aderiu à conduta dos líderes e consentiu com o resultado da morte, atuando à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria”, pontuou o delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo.

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