Cuiabá, 06 de Maio de 2024

CIDADES Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2022, 15:08 - A | A

21 de Janeiro de 2022, 15h:08 - A | A

CIDADES / EXCLUSIVO ÚNICA NEWS

"Eu sei que um dia ela vai ser solta, mas não estamos preparados", diz mãe de Isabele sobre laudo

Thays Amorim
Única News



Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele Guimarães Ramos, afirmou nesta sexta-feira (21), em entrevista exclusiva ao Única News, que a sua família não está preparada para a possibilidade de soltura da menor B.O.C, de 16 anos, responsável pela morte da sua filha com um tiro no rosto. O crime ocorreu em julho de 2020.

Na última quinta-feira (20), a defesa de B. confirmou ao Única News que um laudo da equipe do Complexo Pomeri, onde ela está internada, se manifestou favorável à sua soltura.

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A mãe de Isabele, uma das principais afetadas pelo crime brutal, destacou que não tem acesso oficial aos laudos e acompanha as informações através da mídia. Ao comentar o caso, Patrícia disse que ainda fica atordoada com informações referentes ao crime.

“Eu não falei com ninguém ontem, essa semana tem sido bastante difícil para mim. Esse é assunto muito delicado, eu também tenho o Pedro [filho]. É uma coisa que mexe muito com a gente. Saber dessa possibilidade de soltura [...], eu sei que isso um dia vai acontecer, porque eles têm recursos, eles estão fazendo de tudo para ela sair dali, mas a gente não está preparado ainda”, afirmou.

Além do laudo, na quarta-feira (19), a menor completou um ano internada. A determinação é reavaliada a cada seis meses, e o tempo máximo previsto para a medida socioeducativa é de três anos.

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“A gente sabe dessas coisas pela mídia, e esse laudo me deixou muito surpresa. Confesso que ontem à noite eu fiquei muito, mas muito triste”, completou, em entrevista ao Única.

Nas redes sociais, Patrícia prestou uma homenagem a Isabele: “vida linda, de uma criança tão cheia de sonhos, tão amada, tão inteligente, com tanta vontade de viver, cheia de vida, de desejos, de vontades, tão sensível, doce. Minha eterna Bele, aonde você estiver, eu estou só saudade”.

O caso

Isabele foi morta na noite de 12 de julho, na casa da amiga B.O.C., hoje com 16 anos, com um tiro que transfixou sua cabeça, entrando pelo nariz e saindo na nuca. A menina tinha passado o dia todo na casa da família Cestari, com a amiga, os pais dela e seus irmãos e os namorados de duas delas. A adolescente morreu por volta das 22h.

B. alegou tiro acidental, apontando que tinha ido atrás de Isabele em um banheiro, com um case contendo duas armas nas mãos.

Esse case teria caído e, ao se levantar, ela perdeu o equilíbrio e atirou sem querer na amiga.

No entanto, a Polícia Civil descartou essa versão e a menor vai responder por crime análogo à homicídio doloso – quando há intenção de matar. Pelo fato dela não ter 18 anos completos, o processo não corre o rito comum no Tribunal de Justiça.

Além do enquadramento de B.O.C. em crime análogo a homicídio doloso, também foram incriminados os pais dela, Marcelo Cestari e Gaby Soares, por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a menor de idade, fraude processual e corrupção de menores.

Também foram autuados o sogro dela, Glauco Correa da Costa, por omissão de cautela na guarda de arma de fogo; e o ex-namorado, o menor G.C.C., por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque transitou armado, sem autorização.

 
 
 
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