Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 06 de Novembro de 2019, 15:30 - A | A

06 de Novembro de 2019, 15h:30 - A | A

POLÍTICA / ESCUTAS ILEGAIS

Para promotor, Taques teria sido reeleito se escutas ilegais tivessem continuado

Claryssa Amorim
Única News



Teve início, na tarde desta quarta-feira (6), o julgamento do esquema de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso, conhecido como a “Grampolândia Pantaneira”, em que são julgados os militares coronel Zaqueu Barbosa, coronel Evandro Lesco, coronel Ronelson Jorge, tenente coronel Januário Edwirges e o cabo da Polícia Militar, Gerson Correa Júnior.

Gerson, Lesco e Zaqueu são apontados pelo Ministério Público Estadual (MPE) como os principais responsáveis pelo esquema, desde a montagem até a execução, que grampeou mais de 800 números telefônicos, entre políticos, jornalistas, advogados e empresários.

A sessão de julgamento é conduzida pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Militar. A previsão de encerramento é na sexta-feira (8). Todos os investigados compareceram ao julgamento acompanhados de seus advogados.

O promotor de Justiça, Allan Sidney do Ó Souza, foi o primeiro usar a oportunidade da palavra. Ele tem três horas para sua sustentação oral.

Em certo momento, o promotor chegou a bater boca com o advogado de defesa do cabo Gerson, pedindo que ele não se dirigisse ao seu cliente, antes de falar com a defesa.

“Não se dirija ao meu cliente, se reporte aos advogados primeiro. [...] Eu vou te interromper cada vez que o senhor falar o nome do meu cliente aqui”, disse um dos advogados de defesa, Eurolino Sechimel.

O promotor rebateu, “não vou perder meu tempo com o senhor. Toda vez é isso”.

O juiz então disse que desconhece qualquer artigo da constituição que possa vetar o promotor de ter direito de falar com o réu.

Atualizada às 15h12

Ainda em sua sustentação, o promotor disse que não descarta a possibilidade de que o ex-governador Pedro Taques (PSDB) teria conseguido ganhar novamente as eleições de 2018, se as escutas telefônicas tivessem sido mantidas.

“Não descarto a possibilidade de que o governador Pedro Taques teria sido eleito, se não fosse esse esquema. Não posso afirmar, mas não descarto. [...] Em 2014, ele ganhou no primeiro turno. Na reeleição, ele perdeu. Possivelmente, se estivesse funcionando, ainda estaria no Governo”, opinou.

Atualizada às 16h02

Ao começar a ler a denúncia, o promotor Allan do Ó destacou que a escolha da Sétima Vara Criminal em tramitar a ação penal, foi “vaidade”. Que, por envolver militares, o julgamento é um “marco, um divisor de águas”.

Ele contextualiza ainda que deve ser dada, a todos os envolvidos de patente alta no militarismo, uma “pena dura”.

Para ele, Zaqueu, Lesco e Gerson deveriam ser julgados por organização criminosa e de grampos ilegais, além dos crimes militares.

Atualizada às 16h30

Allan do Ó finalizou sua sustentação oral e pediu a absolvição dos coronéis Ronelson Barros e Januário Batista. Para ele, não há elementos suficientes que comprovem a participação dos dois no esquema.

“Embora existam indícios da participação, os fatos não são suficientes para responsabilização criminal. Eles apenas indicaram pessoas para trabalhar nas interceptações”, disse Allan do Ó.

Atualizada às 17h10

Ele ainda argumentou que espera que Pedro Taques e o ex-secretário Paulo Taques também sejam responsabilizados. Ainda segundo ele, deve ser dada uma pena justa aos réus.

“Isso foi uma coisa tenebrosa. É como se desse uma carta de alforria e licença para matar depois de algo tão tenebroso que chocou a todos. Mas, hoje estamos aqui julgando os militares”, disse.

Veja o vídeo:

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