18 de Abril de 2025
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POLÍCIA Quarta-feira, 19 de Março de 2025, 08:10 - A | A

19 de Março de 2025, 08h:10 - A | A

POLÍCIA / EFEITO ZAMPIERI

Sobrinho e cunhado do governador de TO são presos em operação da PF que investiga venda de sentenças

Durante ida aos endereços onde mandados seriam cumpridos, pai do alvo da operação teria jogado bolsa com R$ 22,5 mil pela varanda, o que resultou em sua prisão.

Ari Miranda
Única News



O advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho foi preso nesta terça-feira, 18, na segunda fase da Operação Sisamnes, que investiga um megaesquema de venda de influência, vazamento de processos e venda de sentenças.

O advogado tocantinense Thiago Marcos Barbosa de Carvalho e o pai dele, o jornalista Goianyr Barbosa de Carvalho, foram presos pela Polícia Federal, no âmbito da terceira fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta terça-feira (18).

Segundo apurado pelo Única News, Thiago Marcos e Goyanir são, respectivamente, sobrinho e concunhado do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é investigado na operação.

Essa é a terceira fase da Sisamnes, que teve início após a extração de conversas do celular do advogado Roberto Zampieri (56), apreendido pela Polícia Civil de MT no dia no dia 5 dezembro de 2023, ocasião em que ele foi assassinado a tiros em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

Além de advogado, Thiago atuava como assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins (MPTO), no gabinete do procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, que também foi alvo de buscas por envolvimento no suposto esquema, que investiga crimes de obstrução de Justiça, violação do sigilo funcional e corrupção ativa e passiva.

A operação investiga a participação de vários operadores do Judiciário, como advogados, assessores, chefes de gabinete e magistrados, além de lobistas e empresários envolvidos no suposto esquema.

As ordens judiciais, uma delas de prisão preventiva contra Thiago, foram autorizadas pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cristiano Zanin, e os mandados foram cumpridos na sede do MPTO em Palmas e endereços ligados ao jurista.

Segundo a PF, foi identificada a participação do assessor de gabinete em uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis, supervisionadas pelo STJ, em Brasília, cujo vazamento, conforme as investigações, acabava frustrando o andamento de operações policiais.

Logo após a prisão, o Ministério Público do Tocantins anunciou em nota que exonerou o advogado da função pública.

Já a assessoria do governador Wanderlei Barbosa disse em nota à imprensa que ele não recebeu nenhuma informação privilegiada, não foi alvo da investigação e sequer foi citado no processo, destacando ainda que Thiago e Goianyr Barbosa não possuem qualquer vínculo com o Governo do Tocantins.

Já Superior Tribunal de Justiça, por sua vez informou que não vai comentar sobre a operação.

Foto: Reprodução/Instagram

GOYANIR

Goianyr Barbosa de Carvalho, ex-prefeito de Almas (TO).

DINHEIRO PELA VARANDA

Conforme a PF, o pai de Thiago, Goyanir Barbosa, que já foi prefeito da cidade de Alas, no interior do TO, não era um dos alvos da operação. Porém, os policiais apreenderam na frente de sua casa uma mochila com R$ 22,5 mil durante buscas da Operação Sisamnes.

Conforme os policiais, a bolsa foi jogada pelo político pela varanda de casa ao ver a movimentação suspeita na frente da residência, levantando as suspeitas de que o valor poderia ser oriundo de lavagem de dinheiro.

Diante dos fatos, Goyanir foi conduzido junto com a quantia em dinheiro à sede da PF em Palmas.

Em nota ao portal g1 TO, o advogado Zenil Drumond, que faz a defesa de Goyanir, disse que a iniciativa do político de jogar o dinheiro da varanda se deu pelo fato dele pensado que a abordagem da PF tratava-se de um assalto à sua residência, uma vez que sua casa teve o portão arrombado pelos policiais. Além disso, afirmou que vai “lutar veementemente” pela liberdade do cliente, bem como provar que o dinheiro em questão tem origem lícita.

(Foto: Reprodução/Montagem)

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No detalhe, o advogado Roberto Zampieri. Foto do dia do crime.

CASO ROBERTO ZAMPIERI

Roberto Zampieri foi assassinado por volta das 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre de Cuiabá. O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros dentro de sua picape Fiat Toro pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).

Durante a perícia na cena do crime, a equipe da Delegacia de Homicídiops e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá recolheu o celular da vítima, de onde foram extraídas conversas bombásticas, envolvendo esquemas de vendas de sentenças, que envolveu juízes, desembargadores, membros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e lobistas.

Estão presos pelo crime o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho; e o financiador do assassinato, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas.

Apontado como suposto mandante do assassinato, o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, chegou a ser preso, mas conseguiu liberdade. A suspeita é de que o crime teria sido motivado por uma disputa de terras na cidade de Paranatinga, a 384 quilômetros da Capital.

Com exceção de Aníbal, as prisões de Antônio, Hedilerson e Caçadini foram efetuadas em Belo Horizonte (MG) e região metropolitana, após serem decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) de Cuiabá, com base nas investigações.

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