Christinny dos Santos
Única News
Cinco dos sete policiais militares presos por envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, que aconteceu em julho de 2024, em Cuiabá, foram alvos da Operação Simulacrum, que investiga a formação de suposto grupo de extermínio. São eles: o soldado Ícaro Nathan Santos Ferreira, integrante da equipe de Inteligência do Batalhão da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), o ex-cabo da PM Jackson Pereira Barbosa, o 3º Sargento Leandro Cardoso, o 3º Sargento Heron Teixeira Pena Vieira e o 3º Sargento Jorge Rodrigo Martins.
A Operação Simulacrum foi deflagrada pela Polícia Civil em março de 2022, para investigar mais de 60 policiais suspeitos de matar 24 pessoas e simular confronto, na região metropolitana de Cuiabá. De acordo com as investigações, os militares envolvidos contavam com a atuação de um “colaborador” que cooptava interessados na prática de pseudo crimes patrimoniais, o que, na verdade, era um pretexto para matar tais pessoas.
As vítimas eram atraídas para locais ermos, onde já estavam os policiais militares, então eram executadas sob alegação de confronto.
A operação faz parte das investigações realizadas em seis inquéritos policiais. Um dos inquéritos foi concluído e, em julho de 2024, 17 policiais militares se tornaram réus acusados do homicídio triplamente qualificado de Mayk Sanches Sabino, tentativa de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais dois indivíduos. Entre os militares estavam Heron, Ícaro e Leandro.
Jackson foi indiciado em outro inquérito, no qual Heron também é réu. O ex-cabo foi afastado da PM no início de abril, quando foi flagrado agredindo um homem, que já estava rendido, com uma barra de ferro. O caso aconteceu nas proximidades da rua Olivério Porta, em Primavera do Leste.
Prisões
Além de Heron e Leandro, também foram presos no âmbito da Operção Office Crimes, na fase deflagrada no início de abril, o soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos e o sargento Jorge Rodrigo Martins. Os cinco militares são acusados receber a missão de executar Nery e terceirizar para o caseiro de Heron, Alex Roberto de Queiroz Silva, que também está preso.
Outra fase da operação, intitulada como "O Elo”, foi deflagrada nesta quinta-feria (17), ocasião em que foram presos Ícaro e Jackson. Os dois são suspeitos de intermediar o crime, repassando a arma de fogo para os indivíduos que executaram a vítima.
O casal Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, empresários de Primavera do Leste, também foram alvos desta fase da operação. Os dois são apontados como os possíveis mandantes do assassinato e já haviam sido alvos da primeira fase da operação, em novembro do ano passado.
O homicídio
Renato Gomes Nery foi baleado na manhã do dia 05 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, localizado na Av. Fenando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Pelo menos um, de sete disparos, atingiu a cabeça do advogado, que chegou a ser socorrido e passar por cirurgia, mas morreu no dia seguinte ao atentado. Desde então, a Polícia Civil já deflagrou ao menos três operações de busca e apreensão contra possíveis envolvidos.
Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra Antonio João de Carvalho Junior, colega de profissão e um dos alvos da Operação Office Crime, por um suposto “conluio” envolvendo também outros profissionais. Nesse processo, Renato acusou o colega de se apropriar e negociar uma área de 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra de 12.413 hectares, localizada no leste do estado.
Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.
Ao deflagrar a primeira fase da Operação Office Crime, as autoridades confirmaram que a execução foi motivada pela disputa de terras.
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