Única News
Da Redação
Após passar por audiência de custódia, a Justiça decidiu que o advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado, principal alvo da Operação Patrono do Crime, deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (16), ficará preso preventivamente na Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
Inicialmente, devido ao fato de ter formação superior em Direito, Pauly seria ficaria detido na Sala de Estado Maior, anexa à Penitenciária Major Eldo Sá, a “Mata Grande”, em Rondonópolis (218 Km de Cuiabá), área destinada à prisão de advogados.
Porém, a juíza plantonista Edna Ederli Coutinho autorizou que o jurista cumpra a prisão em Várzea Grande, em atendimento a um pedido da defesa de Pauly, que alegou que o filho do advogado está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Capital.
Conforme noticiado pelo Única News, as investigações da Polícia Civil apontaram que o advogado, além de prestar seus serviços jurídicos para os membros da facção, também era membro da organização, atuando em diversas frentes, como a venda ilegal de armas de fogo, utilização das prerrogativas de sua profissão para realizar a consulta de pessoas, a mando da facção, para verificar se pertenciam a outra organização criminosa.
Além disso, Pauly também era responsável pelo resgate de drogas não apreendidas pela Polícia, informando o ponto em que a droga estava escondida, para que fosse retirada do local por integrantes da organização criminosa, antes que o entorpecente fosse descoberto e apreendido em ações das Forças de Segurança.
Ainda, conforme a Polícia Civil, ele também atuava na recuperação de veículos roubados e furtados pela própria facção criminosa, recebendo valores de vítimas para “recuperação”, entre outros crimes
Além do jurista, durante os trabalhos da Operação, quatro detentos, sendo dois homens e duas mulheres, que cumprem penas na Penitenciária Central do Estado (PCE) e no Presídio Ana Maria do Couto, ambos em Cuiabá, também foram alvos.
Sejus-MT | Reprodução
Advogado preso em operação foi flagrado tentando entrar na PCE com cigarros escondidos nos forros do terno.
OUTROS CRIMES
Em fevereiro deste ano, o advogado chegou a ser preso em flagrante tentando entrar na Penitenciária Central do Estado (PCE) com 1,2 quilos de cigarros, escondidos nos forros do paletó, sendo flagrado no momento em que passou pelo scanner corporal.
Antes disso, em junho de 2023, ele foi encaminhado à Delegacia de Lucas do Rio Verde, após ameaçar um Promotor de justiça, durante uma sessão do Tribunal do Júri.
Em uma de suas atuações como advogado, ele também arquitetou a gravidez de uma presidiária para conseguir prisão domiciliar, que acabou não deferida pela Justiça e a reeducanda teve o bebê na penitenciária.
PATRONO DO CRIME
O nome da operação faz alusão à distorção da função constitucional do advogado, que, neste caso, utilizava seu conhecimento jurídico e prerrogativas profissionais não para a defesa do direito, mas para facilitar, proteger e fomentar a atividade criminosa organizada, em frontal violação aos deveres éticos e legais da advocacia.
A operação integra as ações de planejamento estratégico da Polícia Civil de Mato Grosso para combate à atuação das facções criminosas, por meio da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero contra as facções criminosas, do Governo do Estado, e também os trabalhos da Segunda fase da Operação Renorcrim, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Diretoria de Inteligência e Operações Integradas (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
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