Cuiabá, 18 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Sexta-feira, 03 de Maio de 2024, 17:31 - A | A

03 de Maio de 2024, 17h:31 - A | A

JUDICIÁRIO / “CHACINA DE SORRISO”

Maníaco que estuprou e matou mãe e filhas passa por audiência de instrução

Crime ocorreu em novembro do ano passado. Conteúdo do depoimento não foi revelado pela Justiça.

Ari Miranda
Única News



O criminoso Gilberto Rodrigues dos Anjos (32), autor da chacina onde mãe e três filhas foram mortas em novembro do ano passado, na cidade de Sorriso (a 397km de Cuiabá), passou por audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (2), no Fórum da cidade.

Todavia, o teor do depoimento não foi revelado, uma vez que o processo tramita em segredo de Justiça e nem mesmo outras testemunhas do caso tiveram acesso ao depoimento do assassino, que ficou conhecido como o “maníaco de Sorriso”.

Além do autor da chacina, o caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, marido e pai das vítimas, também foi ouvido, bem como o delegado de Polícia Civil, Bruno França, responsável pelas investigações do caso.

Na chacina, Gilberto, que trabalhava como pedreiro em uma obra ao lado do local do crime matou a empresária Cleci Calvi Cardoso (46) e as filhas dela, Miliani (19) Manuela (13) e Melissa Calvi Cardoso (10). Das quatro vítimas, apenas a filha caçula não foi estuprada pelo criminoso, que degolou e estuprou as demais vítimas enquanto elas ainda agonizavam.

Além da qualificadora de feminicídio, já que os crimes foram praticados com menosprezo e discriminação à condição de mulher, na denúncia, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) entendeu que os quatro homicídios também foram cometidos de forma cruel, com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, para assegurar a execução e garantir a impunidade.

Gilberto ainda foi qualificado por outros dois crimes, contra menores de 14 anos de idade. Em seu julgamento, que ainda não tem data marcada, o maníaco também poderá ter sua pena aumentada, pois os crimes foram praticados na presença de ascendente e descendente das vítimas.

Reprodução/Internet

CHACINA EM SORRISO.jpg

Movimentação das polícias logo após a descoberta do crime em Sorriso.

A DESCOBERTA

O crime foi descoberto no dia 27 de novembro de 2023, uma segunda-feira, após a Polícia Militar ser acionada por vizinhos sobre o desaparecimento das vítimas. Cleci e a filha Miliani, de 19 anos, foram encontradas caídas no corredor da casa. Já os corpos de Manuela e Melissa, de 13 e 10 anos, estavam no quarto. Segundo a perícia, três delas estavam sem roupas.

A Polícia Civil chegou ao criminoso após receber denúncias. Gilberto continuava trabalhando normalmente na obra ao lado da cena do crime, como se nada tivesse acontecido.

Devido à repercussão da chacina e a revolta gerada entre a população sorrisense, temendo uma invasão popular à Delegacia de Sorriso para linchar e matar Gilberto, a Polícia Civil decidiu pela transferência do assassino, que foi levado no helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) da PM, para um presídio, na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá). De lá, ele foi retransferido para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

A INVESTIGAÇÃO

Para chegar ao paradeiro do autor da chacina, os investigadores agiram rapidamente, percorrendo uma sequência de pistas, que os levaram ao pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos.

Os investigadores chegaram ao pedreiro através da checagem de documentos dos pedreiros e serventes que trabalhavam no local.

“Descobrimos que um deles tinha histórico de crime sexual e mandado de prisão em aberto. Sem informar isso ao preso, iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão [Gilberto] estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo”, explicou o delegado Bruno França.

CRIMINOSO FRIO

Durante o interrogatório, a Polícia Civil descobriu que Gilberto estava morando no local de trabalho. Em seguida, os investigadores encontraram uma pegada de chinelo, que colocou o pedreiro como o principal suspeito.

“A gente solicitou que as pessoas entregassem seus calçados e o do rapaz deu uma combinação perfeita com uma mancha de pegada de sangue no local do crime”, disse o delegado Bruno França, responsável pelas investigações.

Outra prova que indicava o pedreiro como autor da chacina era uma falha no seu cabelo, como se tivesse sido arrancado.

“Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo e, considerando que a vítima [Cleci] tinha arrancado muito cabelo do agressor, nós confrontamos ele com as informações e ele imediatamente já confessou ser o autor do crime”.

Agindo como um criminoso em série, Gilberto levou da cena das crime roupas íntimas das suas vítimas, como uma espécie de “lembrança”, um “troféu” do crime.

"Chegando na delegacia ele confessou o crime e entregou as roupas que usou para cometê-lo. [Também] entregou as roupas íntimas das vítimas, que havia levado como ‘souvenir’ e apontou qual seria a faca do crime", explicou o delegado Bruno França.

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