Ari Miranda
Única News
Em decisão proferida nesta quinta-feira (27), o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, titular da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, decidiu revogar uma determinação que ele mesmo havia assinado no início desta semana, que devolveria o celular do advogado Roberto Zampieri (56) à viúva dele, Adriana Zampieri.
O aparelho foi recolhido durante perícia na noite do assassinato do jurista, em 5 de dezembro do ano passado, quando Zampieri foi executado com 10 disparos de pistola 9mm dentro de seu veículo, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
RELEMBRE:
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A nova determinação do juiz Jorge Alexandre Martins revoga a decisão que ele mesmo assinou na segunda-feira (24) e mantém o celular de Zampieri sob custódia judicial.
"Por ora e como forma de garantir a cadeia de custódia, garantido a integridade e a autenticidade das provas, para que estas sejam ao final consideradas válidas e confiáveis ao processo judicial, determino a permanência da apreensão do aparelho celular apreendido no centro de Apreensões desta comarca, até ulteriores deliberações", explicou o juiz.
Além disso, segundo Martins, "ainda há questionamentos existentes, inclusive acerca da Correição Parcial protocolada perante a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso", reforçando que o inquérito policial sobre a morte do advogado ainda está em andamento na Polícia Civil de Mato Grosso, "justificando assim, a saciedade e manutenção da apreensão".
Desde meados de dezembro, a viúva do advogado busca reaver o celular que pertencia ao esposo, bem como solicitava a destruição das informações contidas no aparelho e em um HD, que também foi recolhido junto com o telefone de Zampieri. Todavia, na decisão deferida no início da semana, o magistrado negou o pedido para que os dados fossem destruídos.
O imbróglio chegou até ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), após o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) protocolar, em maio deste ano, uma reclamação quanto à atuação do ex-titular da 12ª Vara de Cuiabá, o juiz Wladymir Perri que, segundo o MP, teria promovido violações aos lacres dos envelopes contendo HDs dos dados extraídos do celular de Zampieri sem que as partes do processo pudessem acompanhar o procedimento.
Reprodução/Montagem

No detalhe, o advogado Roberto Zampieri, vítima de assassinato no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
O CRIME
Roberto Zampieri foi assassinado por volta das 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da capital.
O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros dentro de sua picape Fiat Toro, pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).
Estão presos o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho; e o financiador do assassinato, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas.
As prisões, todas efetuadas em Belo Horizonte (MG) e região metropolitana, foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, com base nas investigações conduzidas pela equipe da DHPP e contaram com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.
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