Christinny dos Santos
Única News
O juiz Guilherme Leite Roriz, da Vara Única de Colniza, converteu em preventiva a prisão em flagrante do subtenente da PM Elias Ribeiro da Silva, que matou o jovem Claudemir Sá Ribeiro, 26 anos, em um bar da cidade. O magistrado citou que o crime foi cometido a sangue-frio, tornando necessária a segregação do militar.
O crime aconteceu no domingo (23). Elias estava pagando cerveja para mulheres em um bar, quando uma delas revelou que Claudemir era seu ex-namorado. Em dado momento, ela saiu da mesa, cumprimentou a vítima e, posteriormente, deixou o local. Revoltado, o militar atirou e matou o rapaz. A cena foi registrada por uma câmera de monitoramento.
Na decisão, o juiz cita que há elementos suficientes para comprovar a materialidade do crime cometido por Elias, crime esse que foi cometido a “sangue-frio sem chances de reação, tornando necessária a intervenção estatal e a segregação cautelar do custodiado”, diz trecho do documento.
Além disso, o magistrado destacou que a conduta do militar de matar Claudemir sem motivo aparente é reprovável do ponto de vista social e da civilidade. “ Suposta participação da vítima em facção criminosa não autoriza o custodiado a agir por conta própria, cabendo às autoridades constituídas, por meio da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, não persistindo a necessidade de justiça com as próprias mãos”, destacou Roriz.
O magistrado também determinou o cumprimento de mandado de busca e apreensão no endereço do militar com objetivo de apreender objetos necessários à prova de infração em posse dos suspeitos, objetos, instrumentos e produtos de crime, ou de qualquer coisa obtida por meio ilícito, em especial as armas de fogo, celulares e eletrônicos.
Para tanto, o magistrado determinou também a quebra de sigilo dos eletrônicos do militar. Todas às informações sobre históricos de chamadas (efetuadas e recebidas), data, local e tempo de duração das chamadas devem ser disponibilizado diretamente para o Delegado responsável no prazo de 15 dias.
Elias deveria ser ficar detido na Cadeia Pública de Colniza, no entanto, devido à superlotação, o magistrado entendeu que não há a possibilidade de garantia da integralidade física e psicológica do militar, conforme dever do Estado. Por isso, ele foi encaminhado para a Unidade Prisional Militar de Chapada dos Guimarães.
Entenda
O subtenente estava “bancando” cervejas para algumas garotas no bar, quando, durante a conversa, uma delas revelou ser ex-namorada de Claudemir. Sentindo-se incomodado, o militar apontou para a vítima e afirmou que ele seria membro de uma facção criminosa, mas a mulher negou e os dois discutiram.
Então, a garota saiu da mesa e, quando retornou, cumprimentou o ex-namorado e depois foi embora para não ter que continuar a conversar Elias. Uma funcionária do bar relatou que o militar estava "com raiva" da vítima há algumas horas, justamente porque ele estava pagando cervejas para várias mulheres, que depois de um tempo saíram da mesa dele e foram se sentar com Claudemir e o irmão dele, então ameaçou matar a todos.
Em dado momento, Elias vai até a mesa de Claudemir e após uma breve conversa, saca a arma e atira à queima-roupa no peito do rapaz. A vítima tentou fugir, mas morreu ainda no local.
O militar, segundo o delegado de responsável pelo caso, Ronaldo Binoti Filho, criou uma história fantasiosa. Em seu depoimento, o diretor da escola disse que ao sair do banheiro foi abordado por alguém dizendo que o “disciplina” de uma facção criminosa, que seria Claudemir, queria falar com ele, pois o Elias estaria oprimindo “irmãos da facção” no colégio militar.
Durante uma discussão, Claudemir teria se levantado e feito menção a sacar uma arma, obrigando o militar a reagir, disse Elias em depoimento. A versão foi desmentida pelas testemunhas e também pela imagem da câmera de monitoramento.
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