Cuiabá, 07 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quinta-feira, 05 de Maio de 2022, 16:44 - A | A

05 de Maio de 2022, 16h:44 - A | A

JUDICIÁRIO / CONFLITO DE INTERESSES

Filhas pedem que Ana Flor seja excluída da herança por ser acusada da morte do pai

Thays Amorim
Única News



As três filhas menores de Toni Flor, representadas pela avó materna Leonice da Silva Flor, pediram a exclusão da suposta mandante do assassinato do empresário, Ana Cláudia Flor, do patrimônio da herança por conflito de interesses. A ação declaratória de indignidade foi ajuizada na última quarta-feira (04).

Segundo a defesa, patrocinada pelo advogado Alexandre Slhessarenko, não é possível que Ana Cláudia figure entre as herdeiras de Toni Flor, pelo fato dela estar sendo investigada e acusada pela morte do ex-marido.

“Sendo assim, há evidente conflito de interesses, bem como não é possível que a mãe das herdeiras, que está figurando no polo passivo da presente ação, represente as herdeiras e figure também no polo ativo da demanda, como também não há sentido que a avó materna das herdeiras seja a representante nos autos (pelo motivo óbvio de ser mãe da genitora das herdeiras)”, diz trecho do documento.

O crime ocorreu no dia 1º de agosto de 2020, a mando de Ana Cláudia, que estaria inconformada com a anunciada separação, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE).

“Durante a investigação, a Polícia Civil afirmou que o crime foi encomendado pela Requerida mediante oferta de pagamento. Os fatos são de conhecimento público e por si só já são suficientes para que a Requerida seja declarada indigna, bem como seja excluída da sucessão e não tenha direito a quaisquer benefícios sobre os bens deixados por TONI DA SILVA FLOR”, pontua a defesa.

O advogado citou o artigo 1.814 do Código Civil, que aponta a exclusão da sucessão herdeiras que foram autores ou co-autores de homicídio contra a pessoa que deixou os bens.

“O artigo supracitado descreve com perfeição o ocorrido no caso em tela em que a Requerida atentou contra a vida de seu cônjuge, encomendando seu assassinato, motivo claro, evidente e mais que suficiente para que seja declarada indigna e também excluída da sucessão”, destaca.

A ré, junto com Igor Espinosa, autor dos disparos, Wellington Honório Albino, Dieliton Mota da Silva, Ediene Aparecida da Cruz Silva e Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva enfrentam júri popular pelo crime. Sandro é o único que não possui envolvimento direto com a morte de Toni, e responde por falso testemunho, por ter citado uma suposta relação extraconjugal com Ana Cláudia no inquérito policial.

A defesa de Ana Cláudia chegou a ajuizar um recurso pedindo para que o juiz excluísse as qualificadoras da denúncia e para que a ré aguardasse o julgamento em liberdade. Contudo, o pedido foi negado pelo juiz. A qualificadora de motivo torpe ocorreu pelo fato de o crime ter sido motivado para que a ré tivesse acesso aos bens da vítima.

O caso

Consta na denúncia do Ministério Público Estadual (MPMT) que no dia 1º de agosto de 2020, por volta das 7h, em frente a uma academia, Toni Flor foi morto por disparos de arma de fogo efetuados por Igor Espinosa, a mando de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor. Para a concretização do crime, a esposa teria sido auxiliada por Wellington Honório Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva.

Os outros acusados, com exceção de Ediane, também estão presos preventivamente. Em depoimento à PJC, Igor confessou o crime e revelou o envolvimento da ex-esposa do empresário.

Inicialmente, a recompensa pelo crime tinha sido de R$ 60 mil reais. Entretanto, Ana Claudia cumpriu parte do acordo e pagou R$ 20 mil a Igor, que teria gasto o dinheiro em festas no Rio de Janeiro.

A ex-esposa de Toni Flor incumbiu a Wellington e Maque a logística necessária para a execução do empresário.

O motivo do crime seria uma iminente separação, com objetivo de apropriação dos bens do casal, segundo o MP.

“Ana Claudia começou a engendrar um plano para extinguir a vida de Toni e, para tanto, pediu auxílio à sua manicure e amiga Ediane Aparecida da Cruz Silva na procura por um “matador”, oportunidade em que esta acedeu à macabra solicitação e contactou Wellington Honório Albino que, por sua vez, com o auxílio de seu amigo Dieliton Mota da Silva, “terceirizou” o serviço homicida, propondo que a execução do crime fosse perpetrada por Igor Espinosa, que aceitou a tarefa”, diz trecho da denúncia.

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