Thays Amorim
Única News
Um grande e bem articulado grupo de extermínio envolvendo policiais militares, que está sendo investigado no âmbito da Operação Simulacrum, teria tido início após um roubo na casa do irmão do coronel identificado como Esnaldo, segundo informações do delator do esquema em interrogatório à Polícia Judiciária Civil (PJC), identificado como Ruiter Candido da Silva. Na última quinta-feira (31), a PJC e o Ministério Público Estadual (MPE) cumpriram 81 mandados contra militares investigados por homicídios.
Os detalhes do caso foram inclusos nos autos do processo – em segredo de justiça – que deferiu mandados de prisão temporária, e busca e apreensão. A decisão ao qual o Única News teve acesso foi assinada pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, na última sexta-feira (25).
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Segundo o informante, que também participava e auxiliava no esquema, a morte de bandidos era uma “ação previamente acertada entre ele e os militares, cuja intenção era atraí-las para uma situação fictícia de roubo, onde seriam executadas, como de fato ocorreu”.
O esquema entre o informante e os policiais militares ocorriam há anos, com o objetivo de matar criminosos e promover o nome dos policiais e dos batalhões. Os “confrontos” eram supostamente forjados para executar os criminosos.
“Ruiter disse que tudo começou após um roubo na casa do seu sogro, que é irmão do Cel Esnaldo. Em decorrência do roubo, o Coronel pediu ajuda para prender os meliantes, lhe dando “carta branca” para que “fizesse o que quisesse” com os criminosos”, aponta trecho da decisão.
O delator do esquema atuava como um aliciador de pessoas que cometiam crimes, para que elas fossem executadas. “Em contrapartida, era beneficiado financeiramente, seja através de pagamento em dinheiro ou do recebimento de objetos apreendidos, principalmente celulares”, destaca os autos.
Ele revelou ainda uma das execuções em que participou, em outubro de 2020, no município de Várzea Grande, em que quatro homens foram atraídos para a região de Bom Sucesso para cometer roubos. Ruiter chegou a confessar que tinha bom trânsito entre os criminosos e antes das execuções, auxiliava nas suas prisões em troca de dinheiro ou bens apreendidos.
As informações apontam que ele atuava ainda como um segurança nas execuções, sempre conseguindo foragir. O episódio em Várzea Grande não foi o único e existem outras decisões judiciais que dão conta de outros detalhes sobre os supostos extermínios.
“No decorrer das investigações restou apurado que o suposto segurança que cooptava tais indivíduos para os supostos assaltos é o informante da polícia de nome RUITER, o qual delatou todo o esquema criminoso. Esclarecem os representantes que RUITER, quando interrogado confessou ser o referido “segurança/vigilante”, afirmando que os supostos assaltos eram “armados” em conjunto com policiais militares, visando atrair pessoas com passagens criminais ou não, para serem executadas sumariamente”, pontuou.
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