Cuiabá, 07 de Maio de 2024

CIDADES Segunda-feira, 09 de Março de 2020, 12:12 - A | A

09 de Março de 2020, 12h:12 - A | A

CIDADES / PARCERIA COM A ONU

UFMT desenvolve plano de gestão para Centro Histórico de Cuiabá

Única News
(Com assessoria)



A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio de seu Escritório de Inovação Tecnológica (EIT), em parceria com o Departamento de Arquitetura e Urbanismo do Câmpus de Cuiabá, desenvolvem o Projeto de Extensão Tecnológica “Plano de Gestão para o Centro Histórico de Cuiabá-MT”. A atividade é apoiada pelo Governo do Estado e pela Organização das Nações Unidas (ONU), via United Nations Industrial Development Organization (UNIDO), no âmbito da Partnership for Action on Green Economy (PAGE).

O Plano de Gestão com base no potencial cultural e ambiental do Centro Histórico, que conta com uma equipe multidisciplinar de várias áreas do conhecimento composta por oito docentes, seis estagiários e um técnico-administrativo, elabora estratégias com capacidade de barrar o processo de degradação que ali se instalou e de alavancar a criação de ‘empregos verdes’ ligados à cadeia econômica da região central. Setores econômicos como construção civil, comércio, turismo e serviços poderão ser beneficiados com a implantação das estratégias do plano pelo Poder Público.

"O projeto tem relevância para alavancar o potencial do Centro Histórico de Cuiabá trazendo a perspectiva aplicada de tecnologia e inovação por meio das ferramentas criadas com base no conhecimento científico e tecnológico dos pesquisadores e estudantes envolvidos, articulando diversos atores públicos, privados e terceiro setor, com destaque da UNIDO/ONU", explica o diretor do EIT, professor Olivan Rabêlo.

Iniciado em setembro de 2019, o Plano de Gestão está em pleno desenvolvimento, com diagnósticos e resultados valiosos para o Poder Público interessado em mudar a realidade do centro antigo de Cuiabá. Uma delas aponta para a facilitação da comunicação entre a população interessada e as instituições com poder de ação na região central da cidade. A pesquisa sobre a situação dos imóveis dos moradores revelou que há imensa demanda por reparos e reformas – cerca de 70% dos entrevistados alegaram necessidade de assistência técnica, sobretudo para atender exigências do Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) de Mato Grosso, mas não sabem como e onde buscá-la. Enquanto isso, a pesquisa sobre o estado de conservação dos imóveis tombados mostrou que existem 41 imóveis em risco de colapso num total de aproximadamente 400, ou seja, 10% dos imóveis relevantes para a cultura brasileira e cuiabana correm o risco de desaparecer caso não sejam reparados.

Ações e diagnóstico

Esse quadro justifica as ações propostas no Plano, dentre as quais podem ser mencionadas o planejamento de um Laboratório de Capacitação para formar profissionais da construção civil especializados em construções antigas de taipa e adobe e; desenvolvimento de ferramenta digital de acesso à informação que facilite o contato entre a demanda por esse tipo de trabalho e os profissionais capacitados. Por meio de ações como essa, é possível fomentar a criação de ‘empregos verdes’.

De forma mais ampla, os diagnósticos em curso (levantamentos de dados, entrevistas e reuniões com grupos interessados) mostram a amplitude da desvalorização e do consequente esvaziamento do Centro Histórico, que atinge gravemente a economia local. Possíveis soluções para estancar esse processo estão em estudo e apontam para captações de recursos internacionais e nacionais pelo Poder Público e para a realização de Operação Urbana Consorciada para atrair investimentos privados.

Os principais produtos gerados na extensão tecnológica são o diagnóstico do perfil socioeconômico da população do centro e identificação de atividades promissoras em termos de oportunidades de emprego (construção, turismo, lazer, cultura, comércio e serviços etc); o Levantamento de Mecanismos de Financiamento existentes para a requalificação do centro nas esferas Internacional, Federal, Estadual, Municipal e possibilidade de realização de Operação Urbana Consorciada; Diagnóstico do Patrimônio Construído e Urbano do centro para proposição de melhorias, o que impacta na Qualidade de Vida e Atratividade no centro; utilização de ferramenta digital para Elaboração de Base de Georreferenciamento (GIS) e melhorar o Acesso à Informações (imóveis de interesse, imóveis disponíveis, acesso à profissionais especializados, informação sobre linhas de microfinanciamento etc); planejamento de Laboratório de Capacitação de profissionais capazes de atuar nas edificações antigas de taipa e adobe; e elaboração das propostas do Plano de Gestão a serem entregues à população e ao Poder Público.

A perspectiva é que até julho o Plano de Gestão para o Centro Histórico de Cuiabá esteja finalizado e disponibilizado aos interessados. Sua implantação dependerá, em grande medida, do engajamento do Poder Público e da sociedade civil organizada.

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