Cuiabá, 26 de Abril de 2024

CIDADES Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2020, 14:38 - A | A

13 de Fevereiro de 2020, 14h:38 - A | A

CIDADES / "ENTREGA LEGAL"

Programa do TJMT prevê doação legal de crianças antes ou depois do nascimento

Da Redação
Única News



Pais ou responsáveis podem entregar os filhos para adoção de forma voluntária em Mato Grosso. É o que prevê o programa ‘Entrega Legal’, baseada na Lei 13.509/2017, que diz que entregar o filho para adoção, além de não configurar crime, é um ato de amor. No entanto, a entrega da criança deve ser feita por meio do Tribunal de Justiça e não diretamente às famílias interessadas.

A divulgação do programa está sendo feita nas 79 comarcas do Estado e serão intensificadas entre os meses de fevereiro e maio, em alusão ao mês da adoção, comemorado em maio. A entrega voluntária do filho para adoção pode ser feita antes ou depois do nascimento, de forma segura e sigilosa.

Por meio da Corregedoria-Geral da Justiça, o Poder Judiciário de Mato Grosso está enviando, a todas as comarcas, cartazes e folders contendo informações sobre a campanha. Também orienta os magistrados a realizarem ações de divulgação do assunto junto à sociedade. A finalidade, segundo o corregedor-geral, desembargador Luiz Ferreira da Silva, é conscientizar as pais biológicos.

Conforme o magistrado, ao procurar o Poder Judiciário, a gestante ou mãe terá informações corretas e seguras, além de acompanhamento psicológico. “Crime é a adoção à brasileira, quando a mãe entrega a criança diretamente para outra família registrar, ou abandono”, enfatizou o corregedor. 

Secretária-geral da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), Elaine Zorgetti explica que o material didático impresso encaminhado às comarcas subsidiará os juízes nas ações para divulgação da campanha.

A estratégia para atingir o público-alvo será definida por cada magistrado, mas Elaine ressalta a importância de que esse material chegue aos profissionais de saúde e assistência social dos municípios, já que normalmente eles são os primeiros a estabelecer contato com gestantes ou mães que pensam em entregar o filho para adoção por falta de condições financeira ou de estrutura familiar para criar uma criança.

Juíza da Segunda Vara Cível de Tangará da Serra, que abrange Família e Infância e Juventude, Leilamar Aparecida Rodrigues planeja para março o desenvolvimento das ações de divulgação da campanha.

A ideia é reunir diversos setores da sociedade, principalmente profissionais de postos de saúde e agentes comunitários, capacitando-os a prestarem os esclarecimentos necessários às mulheres que desejam entregar o filho para adoção, mas têm medo ou dúvidas sobre procedimentos e consequências.

Leilamar Rodrigues conta que já recebeu uma criança após a promulgação da lei, mas percebe a necessidade de orientar essas mulheres, que gostariam de entregar o filho, mas muitas vezes não sabem onde encontrar ajuda.

“A orientação consiste em explicar para a mãe que não tem condição de criar a criança que a entrega é um ato de amor, que essa criança irá para uma família preparada para recebê-la”.

Segundo a juíza, a mulher que procura o Juizado da Infância da sua comarca para fazer a entrega do filho recebe orientação legal e também a atenção de uma equipe multidisciplinar, para avaliação psicológica.

Dependendo da necessidade, ela pode ser encaminhada à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.

O desejo de entregar o filho para adoção deve ser expresso em audiência com um juiz, que respeitará o prazo de dez dias para possibilidade de desistência da intenção. (Com assessoria)

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