Cuiabá, 07 de Maio de 2024

CIDADES Domingo, 21 de Janeiro de 2024, 16:04 - A | A

21 de Janeiro de 2024, 16h:04 - A | A

CIDADES / CHACINA DE SORRISO

"Não tenho mais pra quem voltar", diz caminhoneiro que perdeu a família na tragédia

Ari Miranda
Única News



Reprodução

REGIVALDO CARDOSO - CHACINA SORRISO.jpg

 

O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, que teve a esposa e as três filhas assassinadas pelo pedreiro Gilberto dos Anjos (32), no crime que ficou conhecido nacionalmente em novembro do ano passado como a “Chacina de Sorriso”(397 Km de Cuiabá), quebrou o silêncio e falou pela primeira à imprensa sobre a tragédia.

No crime, que chocou a cidade e todo oestado, a esposa dele, Cleci Calvi Cardoso (46) e as filhas Miliane (19), Manuela (13) e Melissa Calvi Cardoso (10), foram esfaqueadas e violentadas pelo assassino enquanto ainda agonizavam, entre a noite do dia 24 e madrugada do dia 25 de novembro de 2023.

Em entrevista ao programa SBT Comunidade (SBT Sinop) na última sexta-feira (19), o patriarca da família disse que estava em uma viagem no Paraná à data dos fatos. No dia 24, sexta-feira, ele chegou a falar com Cleci, e disse que faria mais dois fretes antes de voltar pra casa, fato que deixou a esposa chateada.

Horas depois, durante a noite, o maníaco sexual invadiu a casa e matou a mulher e as três filhas do casal.

Já no domingo (26), o caminhoneiro disse que tentou várias vezes falar com a esposa, porém não conseguiu, chegando a pensar que a mulher estivesse “de mal” dele pela última conversa deles. “No domingo à noite, falei: ‘vou mandar a polícia aí’, para ver se elas respondiam”, acrescentou.

Na segunda (27), ainda sem contato com os familiares, o caminhoneiro resolveu ligar para amigos e até mesmo na escola das filhas.

“Todo dia minha filha me mandava mensagem, dizendo que estava entrando na escola. Eu liguei na escola e falaram que [ela] não tinham ido. Eu já estava sentindo que algo estava acontecendo, porque quando estava mal, a Cleci me ligava. Liguei para minha sogra e ela também não tinha falado com ninguém”, contou.

Diante das suspeitas, ele ligou para o Batalhão de Polícia Militar da cidade e pediu que uma equipe fosse até a residência, autorizando ainda a entrada no local caso fosse necessário.

Ao chegarem, os agentes viram o carro da vítima e os cães da família bastante nervosos no quintal. Para adentrarem a residência, eles contaram com a ajuda de agentes do Corpo de Bombeiros, que arrombaram a porta. Assim que adentraram, os militares se depararam com o cenário de horror no interior da residência.

Cleci e as duas filhas mais velhas, Miliane e Manuela Cardoso, foram degoladas e estupradas enquanto ainda agonizavam. Já Melissa, a filha caçula, foi morta por Gilberto asfixiada com um travesseiro.

Após saber da chacina, Regivaldo disse que “morreu junto” com a família e que não tem mais sentido continuar vivo.

“Eu morri junto com elas. Esse desgraçado [Gilberto] acabou com minha vida também, me matou junto com elas. Eu vou viver para o que hoje? Qual o motivo que eu tenho para seguir, se não tenho elas mais?", disse o caminhoneiro, bastante emocionado.

"Você não tem objetivo para trabalhar mais. Eu vou e volto e não tem minha casa, não tem minha esposa, não tem minhas filhas. Que graça tem viver desse jeito? Qual o objetivo de viver desse jeito? Não tem", acrescentou.

Por fim, o esposo e pai das vítimas cobrou justiça pelo crime e disse torcer que o assassino "pague o resto da vida" pelo crime.

"Eu espero que [a justiça] seja rápida e que seja certa. Que esse cara nunca mais saia da cadeia, que ele pague para o resto da vida dele. É o que eu quero", concluiu.

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