Da Redação
Reprodução / Internet
Em um acordo de delação premiada homologada pelo juiz da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, Jefferson Schneider no dia 6 de setembro, o empresário Marcos Tolentino solicitou perdão judicial pelo seu envolvimento na compra e vendada Rede Mundial de Rádio e Televisão Ltda (Canal 27) em 2009, para o conselheiro afastado Sérgio Ricardo. O empresário ainda se comprometeu a devolver R$ 3 milhões aos cofres públicos a título de indenização.
Conforme o pedido dos advogados Getúlio de Carvalho, Iuri do Lago Nogueira Cavalcante Reis e Maria Abadia Aguiar, Tolentino também visa o "levantamento da indisponibilidade do bem imóvel arrestado nos autos da medida cautelar em trâmite perante a 5ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso".
No acordo, ainda consta que a devolução será realizada pelos danos que reconhece ter causado, mediante aos crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. Sendo R$ 2,5 milhões de indenização e R$ 500 mil a título de multa compensatória, em decorrência das condutas analisadas no bojo da ação penal. Tolentino se comprometeu a pagar em 4 parcelas com correção monetária e juros de 1% ao mês.
No dia 14 de setembro, a primeira parcela já foi paga com 1% de juros, a 2ª parcela será no dia 14 de agosto de 2019 no valor de R$ 800 mil, a 3ª em 14 de agosto de 2020 de R$ 1 milhão e a última em 14 de agosto de 2021 também de R$ 1 milhão.
Caso haja atraso de até 60 dias em uma parcela, terá que pagar mais 10% de juros. E se ultrapassar 90 dias, a delação será anulada.
Tolentino ainda revelou em uma possível ameaça de morte feita pelo conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Ricardo – investigado por uma suposta compra da vaga em que ocupava na corte.
Segundo o empresário, Sérgio Ricardo ameaçou ele e o seu filho para que ocultassem a compra do Canal 27 em 2009, pelo valor de R$ 5 milhões. Ele informa ainda que a ameaça teria ocorrido, após a deflagração da 5ª fase da Ararath, em maio de 2014.
Tolentino relata que teria se encontrado com o conselheiro em Brasília para que ele assinasse um novo contrato de compra e venda, onde o comprador seria o, posteriormente, delator Júnior Mendonça.
“Sérgio Ricardo argumentou com o declarante [Marcos Tolentino] que não poderia aparecer no negócio, pois ocupava o cargo de conselheiro do TCE [...] neste momento, passou a oferecer dinheiro ao declarante para depor nos moldes em que o ocultasse da operação”, diz trecho do depoimento.
O empresário relatou em sua delação que ao se negar, Sérgio Ricardo teria o ameaçado dizendo que ‘manter da forma como estava não seria bom para ninguém, você tem filho pequeno, tem família e você sabe como Cuiabá é’.
Tolentino ainda afirmou que o conselheiro teria insistido na mudança por meio de seu irmão, Márcio Almeida e do advogado André Prieto.
E com as ameaças recebidas, o empresário chegou a pedir que os seus assessores jurídicos se reunissem com o irmão de Sérgio Ricardo, que teria pedido para que os advogados orientassem Tolentino a aguardar um habeas corpus que poderia vir a trancar a Ararath, antes de depor na Polícia Federal. Relata ainda que ele teria voltado a oferecer dinheiro para que o nome de Sérgio Ricardo fosse trocado pelo de Júnior Mendonça.
De acordo com as investigações, a compra do canal de televisão ocorreu logo após o primeiro acordo para compra da vaga do então conselheiro Alencar Soares. E ainda, que o valor acertado pela cadeira no TCE foi R$ 4 milhões, que foi obtido por meio de empréstimo com Júnior Mendonça e repassado a Alencar Soares por meio de depósitos em contas de terceiros.
Na época, o conselheiro chegou a desistir da aposentadoria após uma conversa com o então governador, o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). Soares chegou a devolver R$ 2,5 milhões para Sérgio Ricardo, também com o intermédio de Júnior Mendonça. Esse valor teria sido utilizado na compra do canal de TV.
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