Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2024, 13:12 - A | A

21 de Fevereiro de 2024, 13h:12 - A | A

POLÍCIA / SETE FORAM MORTOS

“Chacina de Sinop”: crime que chocou o país após briga por causa de sinuca completa um ano

Justiça de Mato Grosso definiu na semana passada data de julgamento do atirador Edgar Ricardo Oliveira.

Ari Miranda
Única News



Há exatamente um ano, por volta das 5h da tarde de 21 de fevereiro de 2023, feriado de Carnaval, um crime brutal abalou a cidade de Sinop (500 Km de Cuiabá. A “chacina de Sinop”, que ficou conhecida em todo o país como a “Chacina da Sinuca”, teve sete vítimas fatais e gerou uma onda de comoção e revolta entre moradores da cidade, situada na região norte de Mato Grosso.

Na chacina, as vítimas - seis homens, com idades entre 36 e 48 anos, e a filha de um deles, uma garota de 12 anos - foram mortas à queima roupa com tiros de espingarda calibre 12, no ‘Bruno Snooker Bar’, situado no bairro Lisboa.

Toda a ação criminosa foi registrada por uma câmera de segurança do estabelecimento.

VEJA VÍDEO DO CRIME NO FIM DESTA MATÉRIA

O crime aconteceu após a dupla de atiradores, Edgar Ricardo Oliveira (à época com 30 anos) e Ezequias Souza Ribeiro (27) perderem várias partidas de sinuca apostadas para algumas das vítimas. Conforme as investigações da Polícia Civil, os dois perderam cerca de R$ 4 mil com as apostas.

“O Edgar desafiou uma das vítimas [Getúlio] para uma partida na parte da manhã e perdeu várias rodadas, totalizando aproximadamente R$ 4 mil, que o Getúlio ganhou nas partidas. Edgar e o Ezequias foram embora e retornaram na parte da tarde e desafiaram Getúlio e, novamente, perderam mais duas rodadas”, detalhou à época dos fatos o delegado Bráulio Junqueira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sinop.

Inconformados com as derrotas e a zombaria dos vencedores, os dois saíram do local e voltaram minutos depois, fortemente armados. Enquanto Ezequias, de pistola em punho, rende as vítimas e as acua em um canto do bar, Edgar vai até a caminhonete em que eles estavam, uma Chevrolet S-10, pega uma escopeta .12 e efetua seis tiros à queima-roupa contra as vítimas.

No momento em que parte das vítimas já estava no chão atingida pelos disparos, Larissa Frasão de Almeida, 12 anos, filha de Getúlio Rodrigues Frasão Júnior (36), uma das vítimas, tenta fugir, porém acaba sendo alvejada por Ezequias com um tiro de .12 pelas costas e morre no meio da rua. Após a barbárie, os dois pegaram o dinheiro que haviam perdido para as vítimas e fugiram.

Das sete vítimas da chacina de Sinop, seis morreram no local do crime e uma acabou morrendo após dar entrada no hospital.

O veículo utilizado na fuga foi encontrado no dia seguinte, abandonado em um terreno baldio de Sinop. Na carroceria, a polícia encontrou as duas armas utilizadas na chacina.

(Foto: Reprodução/Internet)

Edgar Ricardo, chacina de Sinop

O atirador Edgar Ricardo Oliveira no dia de sua prisão, em Sinop.

CAÇADA AOS ASSASSINOS

Minutos após o massacre, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) montou uma força-tarefa, envolvendo policiais civis e militares em uma verdadeira caçada aos criminosos.

Menos de 24 horas após o crime, na tarde do dia 22, Ezequias morreu durante uma troca de tiros com agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em uma área de mata, a 15 km de Sinop.

Assim que soube da morte do comparsa, Edgar enviou um áudio via WhatsApp, afirmando iria se entregar, o que ocorreu no dia 23 de fevereiro. Ele estava escondido em uma residência e se entregou à Polícia na presença de seu advogado, o jurista Marcus Vinicius Borges.

Temendo uma revolta popular e represálias de outros presos, Edgar foi transferido da cadeia em Sinop para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

JULGAMENTO MARCADO

Após conclusão do inquérito e oferta da denúncia à Justiça pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), no dia 15 deste mês a juíza da 1ª Vara Criminal de Sinop, Rosângela Zacarkim dos Santos, definiu a data do julgamento de Edgar Ricardo Oliveira para o dia 18 de junho de 2024, as 8h30.

Enquanto isso, o atirador segue preso na PCE.

“PAÍS DO ÓDIO”

Em 3 de março do ano passado, durante discurso na cidade de Rondonópolis (218 Km de Cuiabá), o presidente Lula (PT) relembrou a Chacina de Sinop para ‘alfinetar’ o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que nos quatro anos de governo do adversário, o Brasil se tornou “o país do ódio”.

“O Brasil parou de andar ‘pra’ frente e esse país passou a voltar ‘pra’ trás. (...) O cidadão perdeu uma partida (de sinuca) e resolveu matar sete pessoas sem nenhuma explicação”, afirmou Lula ao se referir sobre o crime.

“A gente vê todo dia na televisão pessoas agredindo pessoas em supermercados, aeroporto, no shopping. Ou seja, o país foi tomado pela violência, porque a mentira predominou, o ódio predominou quando o Brasil estava habituado a ser uma sociedade fraterna”, completou.

(Foto: Reprodução/Montagem)

CHACINA SINOP VÍTIMAS

Vítimas da tragédia.

VÍTIMAS DA TRAGÉDIA

- Maciel Bruno de Andrade Costa (35 anos, dono do bar);

- Getúlio Rodrigues Frazao Junior (36 anos);

- Larissa Frazao de Almeida (12 anos, filha de Getúlio);

- Orisberto Pereira Sousa (38 anos);

- Adriano Balbinote (46 anos);

- Josue Ramos Tenorio (48 anos);

- Elizeu Santos da Silva (47 anos).

 

 

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