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POLÍTICA Quarta-feira, 06 de Setembro de 2017, 17:05 - A | A

06 de Setembro de 2017, 17h:05 - A | A

POLÍTICA / CONFORME DELAÇÃO

Eleições de Mesa Diretora da AL é comprada desde 1999, diz Silval

Da Redação



(Foto: Reprodução)

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Conforme relato do ex-governador Silval Barbosa, em um de seus depoimentos na delação premiada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, as eleições para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa foram, desde 1999, decididas com pagamento de propina.

 

"Não me recordo de nenhuma eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do ano de 1999 até os dias atuais que não tenha sido realizada mediante o pagamento de propina", garantiu o ex-gestor municipal, em trecho da delação que teve sigilo quebrado no último dia 25.

 

Conforme a delação, durante a decisão da mesa diretora no ano de 2003, Silval e Riva, o futuro presidente da casa, emprestaram aproximadamente R$ 2 milhões de Valcir Piran, que já faleceu. Na ocasião, a quantia serviria para pagar pela eleição para o diretor na mesa diretora.

 

Para pagar o empréstimo, eles teriam se reunido com o ministro Blairo Maggi (PP), na época governador do Estado, e pediram ajuda a fim de levantar recursos para pagar a dívida com Piran.

 

"Me recordo que no momento em que contraímos a dívida, eu e José Riva nos reunimos com o então Governador do Estado de Mato Grosso Blairo Borges Maggi, atualmente ministro da Agricultura, com o fim de obter recursos para o pagamento da dívida assumida pela eleição da Mesa Diretora em face dos Deputados Estaduais. Nessa conversa Blairo Maggi disse que não concordava pagar em dinheiro e que aceitaria desde que fosse dentro do orçamento da AL/MT e que estaria disposto a suplementar o orçamento", diz trecho de delação.

 

De acordo com Silval, a princípio Blairro não aceitou pagar a quantia. No entanto, após estabelecer que Mesa diretora iria apoiar sua gestão, "Blairo Maggi aceitou suplementar o orçamento da Assembleia Legislativa sabendo que tais recursos seriam utilizados para a obtenção dos retornos necessários para o pagamento das propinas aos deputados estaduais", garantiu o delator.

 

Segundo o depoimento, no ano de 2003 cada deputado da Casa de Lei recebeu R$ 150 mil. Em alguns casos, o pagamento serviu para pagar despesas de campanha, outros recebram os valores em especie.

 

"Tenho certeza que receberam tais valores de propina para o apoio à Mesa Diretora de 2003 os deputados estaduais do biênio de 2003/2004: Campos Neto (PFL), Carlos Brito (PSDB), Chico Daltro (PDT), Dilceu Antônio Dal Bosco (PSDB), Eliene José de Lima (PSB), Hermínio José Barreto (PR), João Antônio Cuiabano Malheiros (PR), Mauro Luiz Savi (PSB), Pedro Satélite (PSDB), Sebastião Rezende (PSC), Sérgio Ricardo de Almeida(PR), Joaquim Sucena (PFL), Carlão (PSDB), Alencar Soares (PSDB) e José Carlos de Freitas (PPB)", afirmou Silval.

 

Em continuidade, a delação revelou que a compra pela presidência aconteceu da mesma maneira. O que mudou, na decisão de 2004, foi o valor que subiu para R$ 200 mil a R$ 250 mil.

 

 

Desta vez, além dos 15 parlamentares que receberam em 2003, a lista na delação incluiu Humberto Bosaipo. Por fim, o ex-gestor municipal afirmou em delação que as eleições das mesas dos anos 2007/2008, 2009/2010, 2011/2012 e 2013/2014 também foram compradas.

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