Cuiabá, 06 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quarta-feira, 06 de Dezembro de 2023, 09:32 - A | A

06 de Dezembro de 2023, 09h:32 - A | A

JUDICIÁRIO / RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Justiça autoriza RJ de grupo por dívida de R$ 236 milhões

Ari Miranda
Única News



A juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Regional Especializada em Recuperação Judicial e Falências de Cuiabá, deferiu um pedido de recuperação judicial do Grupo Bergamasco, que tem uma dívida de R$ 236 milhões. A magistrada já havia suspendido ações de execução de dívidas contra o grupo por 60 dias, ao deferir a tutela cautelar de urgência.

Agora, a blindagem dos bens essenciais à atividade do grupo passa a ser de 180 dias e o plano de recuperação judicial deve ser apresentado pela empresa em até dois meses.

O grupo é composto pela família de produtores rurais José Osmar Bergamasco, Jefferson e Jacson Bergamasco, e possui atividades nos municípios de Nova Mutum, São José do Rio Claro e Tapurah (a 242, 296 e 388 e Km de Cuiabá), onde produz soja, milho e gado de corte. Há mais de 50 anos em atividade, atualmente as empresas do grupo empregam 36 funcionários diretos.

Em seu pedido de recuperação judicial, o grupo cita a baixa produtividade por conta da escassez de chuvas na região desde 2017, a alta dos juros, a crise gerada pela pandemia da Covid-19 e até mesmo um incêndio acidental na plantação, no qual José Bergamasco teve sua saúde prejudicada, após ficar com 50% do corpo queimado, enquanto ajudava no combate às chamas.

“A história do grupo familiar que há mais de meio século produz e contribui para o desenvolvimento da economia se confunde com a de inúmeros outros casos de recuperação judicial. São trabalhadores resilientes, que apesar de todas as dificuldades, insistem em sua vocação, mas por fatores externos, dos quais não possuem controle, se encontram em uma crise momentânea, da qual precisam da recuperação judicial para a manutenção da atividade”, afirmou a advogada Ramirhis Laura, da ERS advocacia, responsável pelo pedido de recuperação judicial.

Na decisão, a juíza nomeou o como Administrador Judicial a empresa EX Lege Administração Judicial Ltda., de propriedade do empresário Breno Augusto Pinto de Miranda.

HISTÓRICO

Os três sócios do Grupo Bergamasco chegaram em Mato Grosso no ano de 1995, quando compraram cinco mil hectares de terras no município de Tapurah, nomeada Fazenda Três Irmãos. No ano seguinte, arrendaram a Fazenda Colibri, com 380 hectares, para plantio em Nova Mutum.

Já 2003, após a dissolução de uma sociedade, o grupo passou a ter 1,7 mil hectares em Tapurah, onde mantinham a produção de lavoura e criação de gado de corte.

Em 2017, compraram a Fazenda Mata Azul, também em Nova Mutum, com 1.830 hectares de área total e 1.450 de área de plantio. Depois disso, compraram mais duas fazendas.

Já em 2018 arrendaram outras duas novas áreas, uma de lavoura, com área de cinco mil hectares, denominada fazenda Vista Alegre e outra para pecuária, com 1,2 mil hectares, ambas no município de São José do Rio Claro.

Após o início da crise de baixa produtividade, anomalias nos grãos, alta dos juros, pandemia e até mesmo um incêndio, o grupo vendeu em 2021 a Fazenda Mata Azul, de 1,8 mil hectares, para quitar dívidas a curto prazo.

Hoje, com uma dívida de R$ 236 milhões, o grupo será assessorado pela ERS Advocacia, que realizará a negociação dos débitos com os credores.

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia