Cuiabá, 06 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2022, 18:19 - A | A

23 de Fevereiro de 2022, 18h:19 - A | A

JUDICIÁRIO / REBATEU ACUSAÇÃO

Defesa de Josino diz que Leopoldino "passou a mão" em dinheiro do TJMT e estava em fuga

Thays Amorim
Única News



O advogado João da Cunha, que patrocina a defesa do empresário Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral em 1999, rebateu nesta quarta-feira (23) as acusações da defesa e afirmou que o magistrado desviou verbas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e estava em fuga do Brasil. Josino enfrenta júri popular no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Cuiabá, desde segunda-feira (21).

A defesa afirmou que Beatriz Árias, ex-assessora do juiz, seria a responsável pelo crime, junto com seu tio, Marcos Peralta. Beatriz foi condenada por envolvimento no crime em maio de 2001 pela Justiça Federal a 12 anos de prisão, em regime fechado. Contudo, Peralta morreu em 2005, de complicações causadas por diabetes, sem ser ouvido oficialmente pela Justiça.

Durante a sustentação, o próprio Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o Poder Público em Mato Grosso estava corrompido nos anos 90, citando acusações de desvios envolvendo o próprio juiz.

LEIA MAIS: Sem provas documentais, MPF diz não haver dúvidas de que Josino encomendou morte de juiz

“Um juiz em fuga porque passou a mão em dinheiro do Tribunal, depositou dinheiro até na conta de Beatriz no Paraguai, ele estava com medo de que os oficiais de justiça fossem prendê-lo”, afirmou a defesa, acusando a assessora de ser amante do magistrado. O advogado negou o envolvimento de Josino no Crime e disse que Beatriz, a única condenada até o momento, é a responsável pelo crime.

“Não há terceiras pessoas. Que terceiras pessoas são essas? Aqui a condenada foi Beatriz Árias e só não foi condenado seu tio, Marcos Peralta porque não foi encontrado e depois morreu. Não são terceiras pessoas, não são alienígenas, não são marcianos. São dois, Beatriz e seu tio Marcos Peralta, confessos”, argumentou.

Antes da sua morte, o magistrado havia denunciado a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal um esquema de compra e venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), além de outras irregularidades como nepotismo, desvio de combustível, troca de cargo por favores sexuais, fraude no processo de ingresso no TJMT e fraude em aposentadorias.

O MPF destacou que apesar de não haver provas documentais, existem elementos indiciários que ligam Josino ao crime. O empresário seria supostamente um intermediador no esquema de compra e venda de decisões entre advogados e magistrados do TJMT.

Entenda o caso

Essa é a segunda vez que Josino enfrenta o júri. Em 2011, ele foi a julgamento, mas acabou sendo absolvido mesmo após a maioria dos jurados terem reconhecido que o empresário foi o responsável pela morte do juiz.

Após a absolvição, a Procuradoria-Geral da República (PGR) citou a contradição na decisão dos jurados e ajuizou um recurso. Em fevereiro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão que determinou um novo julgamento ao réu.

Leopoldino foi morto no dia 07 de setembro de 1999. Os documentos do magistrado foram encontrados ao lado de um corpo carbonizado, com ferimentos de arma de fogo, na cidade de Concepción, no Paraguai, em uma estrada que liga Pedro Juan Caballero a Assunção.

O magistrado foi um dos responsáveis por denunciar um esquema de venda de sentenças envolvendo juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Leopoldino acusou ainda colegas magistrados de estarem envolvidos com nepotismo.

FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!

GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia