Cuiabá, 26 de Abril de 2024

CIDADES Sexta-feira, 15 de Setembro de 2017, 15:46 - A | A

15 de Setembro de 2017, 15h:46 - A | A

CIDADES / CALA BOCA

Recebi uma mensagem sugestiva para não dar mais entrevistas, diz Antônio Claro

Daffiny Delgado / Única News



Daffiny Delgado

pai de rodrigo claro

 

Durante entrevista ao Site Única News, na tarde desta sexta-feira (15), Antônio Claro, pai de Rodrigo Claro, vítima de um treinamento do Corpo de Bombeiros, afirmou que a corporação enviou uma “mensagem sugestiva”, pedindo que ele pare de conceder entrevista à imprensa, pois isso estaria sujando a imagem da corporação.

 

“Eu recebi essa mensagem do Corregedor. Ele disse que queria falar comigo sobre as minhas entrevistas com a imprensa. Pediu para que eu parasse de dar entrevistas, porque isso estaria sujando ainda mais a imagem da corporação”, disse Antônio, que é segundo tenente. 

 

O pai do ex-bombeiro, ressaltou qual a verdadeira preocupação da corporação com a tentativa de fazer ele se calar. “Quer dizer que meu filho ter morrido não interessa, mas a imagem da corporação é mais importante que uma vida? Na ocasião, respondi que acima de bombeiro, sou um pai de família, e foi meu filho quem morreu, e não iria me calar”, ressaltou.

 

Nesta sexta-feira, completou-se 10 meses da morte de Rodrigo Claro. O pai dele lembrou do dia em que seu filho passou mal durante o treinamento aquático e como foi avisado do ocorrido. 

 

“Eu me lembro como se fosse hoje, foi numa quinta-feira, 10 de novembro de 2016, eu saí para uma caminhada, e quando retornei para casa, o celular que eu havia deixado lá, tinha uma ligação perdida. Quando eu peguei o aparelho ele tocou novamente, um colega da corporação me perguntou se Rodrigo tinha alergia a alguma medicação. Eu disse que não, e perguntei porquê. Ele me disse que não era nada, que Rodrigo estava somente com uma dor de cabeça e que seria medicado no pronto socorro”, contou.

 

Rodrigo morreu em novembro do ano passado, após passar mal durante o treinamento de atividades aquáticas em ambiente natural do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso, realizado na Lagoa Trevisan em Cuiabá.

 

O Caso

 

Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno demonstrou dificuldades para desenvolver atividades, como flutuação e nado livre.

 

Embora o problema tenha chamado a atenção de todos, os responsáveis pelo treinamento não só ignoraram a situação, como utilizaram-se de métodos totalmente reprováveis, tanto pela corporação quanto pela sociedade civil, para “castigar” os alunos que estavam sob a guarda.

 

O MPE destaca que os depoimentos colhidos demonstram que a vítima foi submetida a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. Acrescenta ainda que os outros bombeiros presentes no treinamento e denunciados, mesmo observando as práticas delitivas cometidas por Izadora, quando tinham o dever legal de evitá-las, omitiram socorro a Rodrigo consentindo, assim, com a atitude criminosa da denunciada.

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