Cuiabá, 13 de Maio de 2024

VOLTA AO MUNDO Segunda-feira, 06 de Julho de 2020, 16:48 - A | A

06 de Julho de 2020, 16h:48 - A | A

VOLTA AO MUNDO / NOVA FORMA DE CONTAMINAÇÃO

Partículas do novo coronavírus suspensas no ar podem infectar pessoas, dizem cientistas

G1



Um grupo de 239 cientistas alerta em uma carta aberta que partículas do novo coronavírus (Sars-CoV-2) suspensas no ar podem infectar pessoas, ao contrário do que estabelece a Organização Mundial da Saúde, OMS. Segundo os especialistas, o risco é maior em ambientes fechados.

Os 239 cientistas dizem que " a transmissão aérea parece ser a única explicação plausível para vários eventos de superespalhadores que ocorreram sob tais condições [ em ambientes fechados] e outros onde as recomendações relacionadas à transmissão direta de gotículas foram seguidas."

Atualmente, a OMS diz que o coronavírus se espalha principalmente por gotículas respiratórias maiores e que não há comprovação de que há transmissão por partículas virais suspensas no ar.

Após a carta, que mede novas medidas de proteção contra o coronavírus que considerem a transmissão pelo ar, a OMS disse que está "revisando seu conteúdo".

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que mantém a posição de que o coronavírus causador da Covid-19 se espalha principalmente por gotículas respiratórias maiores, como em tosses e espirros, informou ao G1 que está revisando as informações da carta assinada pelos cientistas.

"Estamos cientes do artigo e estamos revisando seu conteúdo com nossos especialistas técnicos", afirmou em nota a OMS.
Antecipada pelo jornal americano The New York Times no domingo (6), a carta assinada pelos cientistas afirma que somente as medidas atuais recomendadas pela OMS não são capazes de conter a transmissão do coronavírus.

"A lavagem das mãos e o distanciamento social são apropriados, mas, a nosso ver, insuficientes para fornecer proteção contra micropartículas respiratórias portadoras de vírus, liberadas no ar por pessoas infectadas. O problema é especialmente pior em ambientes fechados, particularmente aqueles que estão lotados e com ventilação inadequada em relação ao número de ocupantes, e em períodos de exposição prolongados", aponta a carta publicada nesta segunda-feira (6).
Diante da possibilidade de infecção do coronavírus pelo ar, os cientistas sugerem a adoção das seguintes medidas, inclusive pela OMS:

Ambientes fechados tenham ventilação eficaz (ar limpo e filtrado), particularmente em edifícios públicos, ambientes de trabalho, escolas, hospitais e casas de repouso de idosos


Locais fechados adotem controles de infecção aérea, como filtragem do ar de alta eficiência e luzes ultravioletas germicidas
Os locais evitem a superlotação, principalmente em transportes e edifícios públicos


Quando não for possível uma ventilação mecânica, deve-se manter portas e janelas abertas para garantir o fluxo de ar pelo ambiente
A carta alerta que tais medidas são mais importantes ainda neste momento, em que os países estão em processo de reabertura e de retomada das aulas em escolas e universidades.

"Esperamos que nossa declaração conscientize que a transmissão aérea do COVID-19 é um risco real e que as medidas de controle, conforme descritas acima, devem ser adicionadas a outras precauções já tomadas para reduzir a gravidade da pandemia e salvar vidas", estabelece o documento.

Estudos anteriores já demonstraram a possibilidade de transmissão do vírus mesmo em aerossóis ainda menores, que ficam suspensos por horas no ar.

No mais recente comunicado sobre o novo coronavírus publicado pela OMS, o organismo insiste que os estudos feitos na China não evidenciaram esse tipo de transmissão, por partículas virais suspensas no ar. Porém, os cientistas contestam essa versão.

Segundo a reportagem, a conclusão significaria que diversos estabelecimentos, inclusive escolas, precisariam garantir bons sistemas de ventilação e filtros de ar poderosos para abrir durante a pandemia, além da necessidade do uso de máscaras — medidas já adotadas em algumas empresas ou por certos governos. O jornal também sugere que luzes ultravioletas podem ser utilizadas para matar partículas virais flutuando nesses espaços fechados.

A médica Linsey Marr, especialista em transmissão aérea de vírus pela universidade Virginia Tech, explica que cientistas ainda não conseguiram cultivar o Sars-CoV-2 em aerossóis em laboratórios — o que não significa que as partículas do vírus suspensas no ar não sejam infecciosas.

Segundo a cientista, na maioria dos prédios têm uma taxa de circulação de ar muito menor do que em hospitais, por exemplo. Isso significa que o vírus se acumula no ar e gera maiores riscos.
Marr afirma que esse tipo de transmissão não quer dizer que o novo coronavírus seja capaz de viajar longas distâncias com capacidade de infectar pessoas. A médica alerta, no entanto, que há risco nos chamados em contato prolongado entre pessoas e em eventos super-espalhadores, principalmente em locais fechados.

 

 

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