Fred Moraes
Única News
Após ser noticiado pela imprensa de que Gilmar da Costa Machado, criminoso que morreu em confronto com agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta quinta-feira (20), em Cuiabá, havia recebido uma moção de aplausos pela Câmara Municipal, requerida pelo vereador Jefferson Siqueira (PSD), o parlamentar decidiu ir à mídia justificar a honraria e negar que tivesse ligação com o homem, um dos alvos da operação Acqua Ilicita.
Para jornalistas, Jeferson reconheceu que errou ao conceder a moção para ‘Gilmarzinho’, mas garantiu que isso ocorreu por ter sido ‘indicado’ pela população do bairro Nova Conquista. Ele garantiu não ter vínculos com o criminoso morto em confronto.
“Não tenho vínculo de amizade, pelo contrário. Fizemos moções para 400 líderes comunitários e para pessoas que faziam projetos sociais na região, indicados pela comunidade. Aqui é a casa do povo cuiabano e foi a sociedade que indicou nome dele. Erramos e corrigimos”, disse o vereador.
Gilmar era um dos alvos da Operação Aqua Ilicita, deflagrada pelo Gaeco nas primeiras horas desta quinta, e morreu em confronto com os agentes em um dos endereços apontados nas investigações, no bairro Nova Conquista, onde também atuava como líder comunitário. A operação investigava a participação dele em um esquema de extorsão a donos de revendas de água mineral e lavagem de dinheiro, movimentado por uma facção criminosa na Capital, em Várzea Grande e nas cidades de Nobres e Sinop (a 122 e 500 Km de Cuiabá).
Além de Gilmar, também morreu em confronto com o Gaeco em outro endereço do bairro Nova Conquista, o faccionado Fabio Junior Batista Pires, vulgo “Farrame”, que em 2018 também foi alvo da Operação Red Money, da Polícia Civil.
No ano de 2020, Gilmar foi preso em flagrante desenterrando drogas em uma área de mata do bairro. Segundo as investigações da época, o suspeito levaria os entorpecentes para outro local e, de acordo com os autos, abasteceria bocas de fumo da região.
Pelo crime, ele foi condenado a 9 anos prisão e 900 dias-multa por tráfico de drogas. Todavia, sua defesa recorreu e, em junho de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), reduziu a pena de Gilmar para 6 anos, 9 meses e 20 dias de reclusão e 680 dias-multa, mantidos os demais termos da condenação.
Quatro anos depois de sua prisão, o criminoso recebeu a moção do legislativo cuiabano, proposto pelo vereador Pastor Jefferson Siqueira (PSD), que justificou a concessão da honraria a Gilmar "pelos serviços prestados por ele enquanto líder comunitário do Nova Conquista".
"Moção de Aplauso ao Sr. Gilmar Machado da Costa, Líder Comunitário do Bairro Nova Conquista, pelo trabalho que vem realizando junto aquele bairro, em que não mede esforços para auxiliar, amparar e prestar inúmeros serviços à comunidade, sempre atuando em defesa dos reais interesses da coletividade. Pelo seu trabalho dinâmico, ao Sr. Gilmar Machado da Costa é merecedor do reconhecimento desta Casa Legislativa", citou o parlamentar no documento.
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