Cuiabá, 13 de Maio de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2021, 19:39 - A | A

20 de Janeiro de 2021, 19h:39 - A | A

POLÍCIA / "MARTÍRIO DE SOFRIMENTO"

Mãe de Isabele desabafa: ‘Jamais teremos Bele de volta para amá-la e vê-la crescer’

Euziany Teodoro
Única News



Patrícia Ramos, mãe da adolescente Isabele Ramos, 14 anos, morta com um tiro no rosto em julho do ano passado pela “melhor amiga”, a menor B.O.C., 15 anos, desabafou por meio de uma nota que enviou à imprensa nesta quarta-feira (20), um dia após a atiradora ser internada em centro socioeducativo, por ordem da Justiça.

Patrícia, que vive dia após dia com a dor da perda da filha, ancorando sua vida e de seu outro filho, de 12 anos, “em um martírio de sofrimento e de muito pranto”, segundo suas próprias palavras, desabafou.

“A justiça foi assertiva e descreveu perfeitamente o enredo baseado em perícias técnicas e listou de forma clara e objetiva a conduta criminosa, fria, hostil e desumana, da menor que assassinou a minha filha cruelmente, não se deixando levar pela farsa que desde o primeiro momento a família da menor infratora insistiu em montar para encobrir a crueldade do assassinato da minha filha”, escreveu, parafraseando as palavras da juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara da Infância e Juventude.

Patrícia criticou a atuação do pai de B.O.C., o empresário Marcelo Cestari, que responde por quatro crimes correspondentes à morta da menina. Segundo ela, ele sempre tentou esconder a verdade e se passar por “vítima”. “Talvez ontem, ele deve ter olhado para a cama vazia da filha e sentido a falta dela”, desabafou.

“Quero registrar e lembrar a todos que foi a minha filha a VÍTIMA, em especial para o pai da assassina, que tem insistentemente tentando fazer acreditar que eles são os inocentes, perseguidos e “ameaçados”. Talvez ontem, ele deve ter olhado para a cama vazia da filha e sentido a falta dela, MAS, vai ao final poder conviver com ela novamente, EU NÃO! MEU FILHO NÃO! A MINHA FAMÍLIA NÃO! Jamais poderemos ter a Bele de volta para podermos amá-la e vê-la crescer! Nosso luto e luta serão eternos!”

Ela também lembra todo o histórico da família, assim como do namorado de B.O.C., o menor G.C.C., 16 anos, com armas e a prática de tiro ao alvo. Para ela, B. não apertou o gatilho sozinha. Pelo contrário, todos são responsáveis.

Veja a íntegra da nota

Ao tomar conhecimento da sentença ontem, deixei escapar um suspiro dolorido que estava me angustiando e ancorando minha vida e do meu filho em um martírio de sofrimento e de muito pranto.

A justiça foi assertiva e descreveu perfeitamente o enredo baseado em perícias técnicas e listou de forma clara e objetiva a conduta criminosa, fria, hostil e desumana, da menor que assassinou a minha filha cruelmente, não se deixando levar pela farsa que desde o primeiro momento a família da menor infratora insistiu em montar para encobrir a crueldade do assassinato da minha filha.

Quero registrar e lembrar a todos que foi a minha filha a VÍTIMA, em especial para o pai da assassina, que tem insistentemente tentando fazer acreditar que eles são os inocentes, perseguidos e “ameaçados”. Talvez ontem, ele deve ter olhado para a cama vazia da filha e sentido a falta dela, MAS, vai ao final poder conviver com ela novamente, EU NÃO! MEU FILHO NÃO! A MINHA FAMÍLIA NÃO! Jamais poderemos ter a Bele de volta para podermos amá-la e vê-la crescer! Nosso luto e luta serão eternos!

Mas, sei que a assassina não apertou o gatilho da arma que ceifou a vida da Bele sozinha, esse crime começou bem antes quando a arma rodou pela cidade, nas mãos de outro menor, que como visto nas mídias sociais costumava sair armado, pasmem, esse menor levava a arma para a escola, na mochila junto com biscoitos!! Então não foi só uma ocasião como alegaram sendo um descuido, era uma conduta corriqueira, contumaz, sair de casa pela cidade, na escola, supermercados e outros lugares com a arma na mochila e posar de xerife nas fotos.

E quando este menor chegou na casa da família da assassina naquele dia fatídico, as armas que ele trazia foram exibidas e passadas de mãos em mãos, com a permissão e participação irresponsável dos Pais da assassina, mesmo sabendo da presença de outros adolescentes que não eram da família!

Lamento muito o fato de nossa sociedade estar convivendo com essa insanidade relapsa que coloca o poder de tirar vidas, com requinte cruel e covarde, nas mãos de menores, demonstrando como está errado o trato e a posse de armas no nosso país.

As cenas e imagens já publicadas mostram exatamente a veneração do culto às armas pelas famílias envolvidas nesse crime, penso que essa tragédia anunciada poderia ter ocorrido com qualquer dos jovens frequentadores da casa dessas famílias, mas, espero e tenho esperança que possamos todos como sociedade enfrentar esta lei que permite adolescentes que não podem ser responsabilizados por seus atos, a frequentarem escolas de tiros e manusearem armas letais!

Patrícia Helen Guimarães Ramos

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