Ari Miranda
Única News
Em conversa com jornalistas na última semana, o governador Mauro Mendes (UB) falou sobre a morte do aluno-bombeiro Lucas Veloso Perez (27), durante um curso de salvamento aquático do Corpo de Bombeiros, na Lagoa Trevisan, zona rural de Cuiabá.
Na ocasião, anunciou que vai publicar um decreto que determina a filmagem dos treinamentos de todas as forças de segurança em Mato Grosso.
“Nós vamos fazer um decreto estabelecendo a obrigatoriedade de toda a formação de oficiais da Polícia Civil, do Bombeiro, formação que envolva alguma atividade de risco, elas deverão ser 100% filmadas para registrar a atuação de todos os envolvidos. Nós vamos publicar ele na segunda-feira”, anunciou.
Mauro lamentou o que aconteceu com Lucas e disse que solicitou à Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) que faça as investigações da morte de Lucas.
“Infelizmente aconteceu mais essa fatalidade. Eu já conversei com a minha área de segurança, com o secretário [César Roveri]. Nós estamos estudando e cobrando uma apuração rigorosa do que aconteceu”, afirmou
O governador solicitou ao secretário de Segurança, coronel PM César Roveri, para que todos os cursos da área da segurança pública no Estado sejam filmados, a fim de registrar todos os envolvidos nas instruções e as imagens possam auxiliar em investigações de possíveis casos de excessos durante os treinamentos.
MORTE NA LAGOA
Lucas morreu na manhã do dia 27 de fevereiro, após se afogar durante um treino de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, zona rural de Cuiabá.
Natural de Caiapônia, sudoeste de Goiás, Lucas passou no concurso público da corporação em 2022 e havia vindo para Cuiabá em junho de 2023, onde fazia o Curso de Formação de Soldados-Bombeiros (CFSd Bm).
Inicialmente, a morte do militar era tratada como mal súbito. No entanto, após a necropsia do IML de Cuiabá, ficou constatado que Lucas morreu por afogamento.
Segundo informações da Polícia Civil, durante o aquecimento para o curso de salvamento aquático, Lucas teria começado a sentir falta de ar. Mesmo se sentindo mal, o aluno iniciou o procedimento quando afundou repentinamente.
O laudo do IML sobre a morte do militar deve ficar pronto nos próximos dias.
Inicialmente, a equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou a atender a ocorrência. No entanto, por se tratar de um caso ocorrido na esfera militar, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBMMT) informou nesta quarta-feira (28) que instaurou um inquérito para apurar o caso.
VÍTIMA DE “CALDOS”
Como já divulgado pelo Única News, logo após a morte do aluno, vieram à tona prints de conversas no WhatsApp, atribuídas a outros alunos do mesmo curso, apontando que Lucas teria sido vítima dos chamados “caldos”, aplicados por repetidas vezes contra o jovem durante o treinamento.
“Esforço físico meu p**, foi ‘caldo’[sic.]”, disse uma pessoa que, supostamente estava no local e presenciou a ação.
O termo “caldo” é usado para definir a ação de afundar a cabeça do aluno na água, segurando a pessoa pelos cabelos ou nuca e empurrando violentamente para submersão e, consequentemente, o sufocamento.
Lucas Veloso foi sepultado com honras militares pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás em sua cidade natal, no dia 28 de fevereiro.
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