16 de Abril de 2025
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POLÍCIA Quarta-feira, 12 de Março de 2025, 06:55 - A | A

12 de Março de 2025, 06h:55 - A | A

POLÍCIA / CASO RENATO NERY

Comandante evita comentar prisão de militares, mas isenta imagem da PM; "A Polícia Militar tem 190 anos"

Tinoco optou por defender a imagem da corporação que, segundo ele, é a alavanca que impulsiona o crescimento do estado nacionalmente

Christinny dos Santos
Única News



O Comandante-Geral da PM-MT, coronel Cláudio Fernando Carneiro Tinoco, foi evasivo e decidiu não comentar sobre a Operação Office Crimes deflagrada pela Polícia Civil contra cinco policiais militares envolvidos na morte do advogado Renato Nery. Coronel Fernando optou por defender a imagem da corporação, que completará 190 anos em novembro e, segundo ele, é a alavanca que impulsiona o crescimento do estado nacionalmente.

"A instituição, a Polícia Militar, está fazendo 190 anos. Se o estado de Mato Grosso é um estado pujante, um estado que conseguiu crescer e é destaque a nível nacional, é porque ele tem uma segurança pública forte e a Polícia Militar é a alavanca, é o exponencial dessa força, em especial na segurança pública", afirmou Fernando, que quando questionado, decidiu não expôr qualquer posicionamento por parte da instituição militar.

O soldado Wekcerlley Benevides de Oliveira, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, o 3º Sargento Leandro Cardoso, o 3º Sargento PM Heron Teixeira Pena Vieira e outro militar que não teve a identidade revelada, foram os alvos da Operação Office Crimes — A Outra Face, deflagrada na última quinta-feira (06). Os quatro militares estão associados a Heron, que recebeu a missão de executar Nery. Todos foram presos.

"Uma vez que as investigações são coordenadas pela Polícia Civil, quaisquer questionamentos deve ser direcionados apenas aos delegados responsáveis pelo caso", disse Tinoco. E completou: "Com relação às medidas administrativas que a Polícia Militar deveria tomar, todas elas foram tomadas, todas as medidas. [...] As autoridades competentes a respeito do assunto devem ser procuradas para que possam dar as respostas mais técnicas possíveis e profissionais a respeito do fato."

Além disso, o comandante destacou que os militares responderão a todo o processo "com a presunção de inocência e exercendo seus direitos de defesa também".

Entenda

Acompanhe o caso aqui

Renato Gomes Nery foi baleado na manhã do dia 05 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, localizado na Av. Fenando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Pelo menos um, de sete disparos, atingiu a cabeça do advogado, que chegou a ser socorrido e passar por cirurgia, mas morreu no dia seguinte ao atentado. Desde então, a Polícia Civil já deflagrou ao menos três operações de busca e apreensão contra possíveis envolvidos.

Nesta última, foram cumpridos seis mandados de prisão temporária contra envolvidos no crime: os cinco policiais militares e o executor do crime, Alex Roberto de Queiroz Silva, que trabalha como caseiro para um deles. Foi aprendida também a arma do crime utilizada para executar Renato Nery.

As investigações da Polícia Civil apontam que o 3º Sargento PM Heron recebeu a "missão" de matar Nery e "terceirizou" o crime, contratando seu caseiro Alex para realizar a execução. O mandante do crime, aquele que deu as ordens ao militar, porém, ainda não foi revelado.

A motivação

Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra Antonio João de Carvalho Junior, colega de profissão e um dos alvos da Operação Office Crime, por um suposto “conluio” envolvendo também outros profissionais. Nesse processo, Renato acusou o colega de se apropriar e negociar uma área de 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra de 12.413 hectares, localizada no leste do estado.

Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.

Ao deflagrar a primeira fase da Operação Office Crime, as autoridades confirmaram que a execução foi motivada pela disputa de terras.

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