Euziany Teodoro
Fred Moraes
Única News
O delegado Caio Albuquerque, responsável pelo inquérito que investiga a morte da adolescente Emilly Azevedo Sena, 16 anos, que estava grávida, destacou o perfil frio e sem arrependimentos da assassina, Nataly Helen Pereira. A mulher enforcou com um fio de internet até que a garota desmaiasse e, enquanto ela ainda estava viva, abriu o ventre com uma faca e arrancou a bebê de Emilly.
“A principal envolvida confessou, com riqueza de detalhes, frieza, todo o passo, como ela fez, como ela fez tal conduta, fez a cova, como disse, ela destrincha no interrogatório dela”, contou o delegado da DHPP Cuiabá.
O depoimento de Nataly foi colhido na noite dessa quinta-feira (13). Ela confessou todo o crime, mas garantiu que fez tudo sozinha, isentando o marido, o irmão e um amigo, que também haviam sido presos.
Os três foram soltos por volta das 23h de quinta-feira, mas continuarão sendo investigados. Apenas Nataly continua presa e vai responder por homicídio triplamente qualificado, por ocultação de cadáver, fraude processual e o crime de dar como próprio o parto alheio.
Ainda no depoimento, Nataly confirmou que havia sofrido um aborto e simplesmente queria outro filho. Então, começou a orquestrar uma forma de receber uma doação ou roubar o bebê de alguém, como tentou fazer com Emilly.
“Ela disse que ela perdeu e ela queria um filho. Ela queria e saiu procurando se alguém poderia doar um filho para ela adotar e encontrou essa adolescente. E aí, a partir disso, ela claramente começa a conversar e com a história de oferecer roupas, ela atrai essa adolescente. Mas tudo foi... Ela deixa bem claro que tudo foi previamente orquestrado.”
Questionado se a mulher demonstrou algum arrependimento, o delegado foi categórico. “Não. Fria, ela detalha os fatos.”
PARTO FORÇADO AINDA VIVA
Como o Única News divulgou mais cedo, Emilly morreu por hemorragia, após ser asfixiada com um fio de internet - que a deixou apenas inconsciente - e ter a barriga cortada com uma faca de cozinha. A assassina, Nataly, roubou a filha de Emilly e tentou registrá-la no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, onde foi presa em flagrante.
"E como ela estava viva, tirou o nenê enquanto ela estava viva. Ela foi agonizando e morreu", destacou a Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Dr. Alessandra Carvalho, em coletiva à imprensa na manhã desta sexta-feira (14).
A jovem morreu "exsanguinada", ou seja, perdeu todo o sangue de seu corpo. A hemorragia foi causada por dois cortes grandes feitos na barriga dela para retirar a bebê, em forma de "T".
DESAPARECIMENTO
Conforme noticiado pelo Única News, o crime foi cometido de forma fria e cruel por Nataly Helen Martins Pereira (25), que confessou ter cometido o assassinato sozinha, após atrair a garota para uma emboscada com a promessa de que receberia doação de roupas para sua bebê.
O marido de Nataly, o chef de cozinha Christian Albino Cebalho de Arruda, chegou a ser preso junto com ela, quando tentavam registrar a criança, que foi retirada da barriga da jovem após ser assassinada, e depois enterrada no quintal da residência.
Além do casal, outras duas pessoas suspeitas de terem ajudado no crime também foram presas. No entanto, na noite dessa quinta-feira, Christian e os outros dois suspeitos foram soltos. Apenas Nataly continua detida.
Emilly desapareceu na quarta-feira (12). Nataly e o marido dela, Christian, foram presos no Hospital e Maternidade Santa Helena, tentando registrar a bebê recém-nascida roubada da barriga da jovem assassinada, alegando que o parto da criança aconteceu em casa.
No entanto, a equipe médica do local foi bastante perspicaz e percebeu que Nataly não tinha sinais de ter tido um parto recente. A suspeita foi confirmada através de exames que apontaram que não havia sinais de parto ou mesmo de amamentação no corpo da mulher.
A recém-nascida ficou internada no hospital e o casal foi preso em flagrante. Na manhã de quinta-feira (13), a Polícia Civil fez buscas na casa de um parente de Nataly e o corpo de Emilly foi encontrado em uma cova rasa, com a perna exposta.
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