Ari Miranda
Única News
A Primeira Câmara Criminal, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), mandou soltar o delegado de Polícia Civil, João Antônio Batista Ribeiro Torres, preso em fevereiro deste ano pelos crimes de corrupção mediante cobrança de propina e assédio sexual.
Como noticiado pelo Única News em 31 de janeiro deste ano, o delegado, que era lotado na da Delegacia de Lucas do Rio Verde (332 km de Cuiabá), era alvo de um inquérito policial onde constavam várias denúncias graves. Conforme os autos, João Antônio pedia propinas para “abafar” investigações e também para “puxar” para si a condução de inquéritos que estavam distribuídos para outros delegados.
Já no dia 12 de fevereiro, o delegado foi preso pelos crimes.
A ordem que determinou a soltura do delegado foi divulgada nesta terça-feira (25) e confirmada em nota pela Polícia Civil.
"A Polícia Civil informa que a Corregedoria-Geral da instituição ainda não foi comunicada oficialmente sobre os fatos, mas ja tomou conhecimento da decisão de soltura do delegado, em razão de habeas corpus, que prevê medidas restritivas", citou.
Com a soltura, João Antônio Torres terá que cumprir uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de se envolver em novos delitos e a obrigação de permanecer em regime de teletrabalho.
Além disso, ele deverá manter distância mínima de 500 metros das vítimas e testemunhas, sem estabelecer qualquer contato com elas e deverá cumprir recolhimento domiciliar noturno das 22h às 6h da manhã e aos finais de semana, exceto em caso de plantão policial.
Ainda de acordo com a nota da Polícia Civil, em fevereiro deste ano, antes da sua prisão, o delegado havia sido removido da Delegacia de Lucas do Rio Verde para Campo Novo do Parecis (401 Km de Cuiabá), em razão da investigação da Corregedoria-Geral da instituição.
"O delegado ainda não se apresentou na Regional de Tangará da Serra, a qual sua atual unidade de lotação é vinculada", pontua a nota.
EXTORSÃO E ASSÉDIO
Segundo uma das denúncias, João Antônio Torres teria cobrado uma propina de R$ 30 mil do proprietário de um veículo, para não instaurar um inquérito contra o homem por envolvimento em um acidente de trânsito. Além disso, o delegado teria recebido outros R$ 40 mil de um advogado para “engavetar” um inquérito por falsidade ideológica.
De acordo com os autos, o delegado ainda teria feito movimentações financeiras ilícitas e lavagem de dinheiro, utilizando uma empresa de grãos da qual é sócio. Ele também responde a um processo por suposto crime de assédio sexual, cometido contra uma servidora, que acabou sendo exonerada dos quadros da Polícia Civil.
Ciente de todas as denúncias, à época da prisão, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil confirmou ao Única News que havia instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as condutas e acusações feitas contra o delegado.
A investigação corre em sigilo.
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