Ari Miranda
Única News
O pleno do Conselho Nacional de Justiça decidiu nesta terça-feira (22) manter o afastamento do juiz Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica (1.266 Km de Cuiabá), investigado por suspeita de recebimento de vantagens indevidas para venda sentenças no Judiciário estadual.
A liminar que afastou o juiz foi proferida no último dia 11 pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, relator do caso.
A investigação das condutas de Amarante foi desencadeada após a apreensão do celular do advogado Roberto Zampieri (56), executado com 10 tiros em 5 de dezembro do ano passado em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Na decisão, o relatror apontou a presença de "indícios suficientes" de um relacionamento próximo entre o juiz e o Zampieri, indicando “que se leve a cabo uma investigação mais consentânea com a gravidade dos fatos narrados".
Ao consentir com o parecer, o presidente do CNJ e do STF, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que a decisão se baseou na "incomum proximidade entre o magistrado e um falecido advogado, e uma suspeita razoavelmente fundada de que [o juiz] recebia vantagens indevidas".
Ivan Lúcio é o terceiro magistrado afastado por suposto envolvimento no esquema investigado. Em agosto deste ano, os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho também foram afastados por decisão do próprio CNJ.
Conforme noticiado pelo única News no início de Agosto, na decisão que afastou os dois desembargadores, o corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, destacou a existência de indícios de que os dois magistrados mantinham uma “amizade íntima” Roberto Zampieri, revelando ainda que a morte do jurista pode ter relações com suas atividades "lobistas" na Justiça Estadual.
Na decisão, Salomão enfatizou que a proximidade entre os dois magistrados e o jurista fez com que ele se tornassem suspeitos para julgar os processos conduzidos por Zampieri, destacando que os dois teriam, inclusive, recebido dinheiro e presentes de alto valor do advogado para julgarem ações de acordo com os interesses pessoais do advogado.
“As investigações acenam para um cenário de graves faltas funcionais e indícios de recebimento de vantagens indevidas”, destacou o corregedor na decisão que afastou os desembargadores.
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