Cuiabá, 07 de Maio de 2024

JUDICIÁRIO Segunda-feira, 18 de Abril de 2022, 15:54 - A | A

18 de Abril de 2022, 15h:54 - A | A

JUDICIÁRIO / SEGUEM PRESOS

Ana Claudia Flor e outros réus vão a júri popular por homicídio de empresário

Thays Amorim
Única News



O juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, pronunciou Ana Claudia Flor e outros quatro réus como autores da morte do empresário Toni Flor, que ocorreu em agosto de 2020, determinando que eles enfrentem júri popular pelo crime. A ré enfrenta foi pronunciada acusada por homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, concurso de agente e contra cônjuge.

Também foram pronunciados Igor Espinosa, autor dos disparos, Wellington Honório Albino, Dieliton Mota da Silva, Ediene Aparecida da Cruz Silva e Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva. Sandro é o único que não possui envolvimento direto com a morte de Toni, e responde por falso testemunho, por ter citado uma suposta relação extraconjugal com Ana Cláudia no inquérito policial.

Em sua decisão, publicada na última segunda-feira (11), o magistrado apontou “indícios suficientes de autoria delitiva” contra Ana Claudia, Ediane Wellington, Dieliton e Igor, referente ao crime de homicídio. Na mesma decisão, o magistrado manteve a prisão.

“Ademais, é relevante rememorar a dissimulação ostentada durante os trabalhos investigativos, com entrevistas e carreata, de modo que a revogação da segregação cautelar trará embaraços processuais, seja pelo temor ostentado por um dos codenunciados ou pela vulnerabilidade dos depoimentos que serão prestados pelas testemunhas, visto que esta fase se trata apenas de admissibilidade da acusação”, disse.

A defesa de Ana Cláudia chegou a ajuizar um recurso pedindo para que o juiz excluísse as qualificadoras da denúncia e para que a ré aguardasse o julgamento em liberdade. Contudo, o pedido foi negado pelo juiz. A qualificado de motivo torpe ocorreu pelo fato de o crime ter ocorrido para que a ré tivesse acesso aos bens da vítima.

“Atento a análise que compete a este juízo, não há como afastar a incidência da qualificadora, visto que durante o tramite processual há declarações quanto à constituição de bens, bem como quanto ao usufruto de uma vida financeira estável, de modo que a qualificadora imputada não está divorciada dos demais elementos constantes nos autos, posto que com a morte da vítima, os bens do casal ficam na administração de Ana Claudia”, enfatizou.

Já em relação à qualificadora com recurso que dificultou a defesa da vítima, o juiz enfatizou que a vítima foi surpreendida com uma abordagem de modo que não esperava ser atingida, “cinscurstância que causou a impossibilidade de defesa, estendendo-se esta a Ana Claudia Souza, Igor, Wellington, Dieliton e Ediane”.

O juiz apontou que as qualificadoras só poderiam ser excluídas da pronúncia se fossem consideradas improcedentes. “Acerca das qualificadoras, não há como tê-las por manifesta improcedência, pois o conjunto probatório exposto em juízo é para a manutenção, de todas”.

Ana Cláudia e Igor Espinosa acabaram confessando o crime durante uma audiência do caso. Em um depoimento confuso e cheio de contradições, a ré afirmou que procurou os executores do crime logo após uma briga com a vítima, mas negou ter dado aval para o homicídio. Ela alegou ainda ser vítima de violência doméstica praticada por Toni.

O caso

Consta na denúncia do Ministério Público Estadual (MPMT) que no dia 1º de agosto de 2020, por volta das 7h, em frente a uma academia, Toni Flor foi morto por disparos de arma de fogo efetuados por Igor Espinosa, a mando de Ana Claudia de Souza Oliveira Flor. Para a concretização do crime, a esposa teria sido auxiliada por Wellington Honório Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva.

Os outros acusados, com exceção de Ediane, também estão presos preventivamente. Em depoimento à PJC, Igor confessou o crime e revelou o envolvimento da ex-esposa do empresário.

Inicialmente, a recompensa pelo crime tinha sido de R$ 60 mil reais. Entretanto, Ana Claudia cumpriu parte do acordo e pagou R$ 20 mil a Igor, que teria gasto o dinheiro em festas no Rio de Janeiro.

A ex-esposa de Toni Flor incumbiu a Wellington e Maque a logística necessária para a execução do empresário.

O motivo do crime seria uma iminente separação, com objetivo de apropriação dos bens do casal, segundo o MP.

“Ana Claudia começou a engendrar um plano para extinguir a vida de Toni e, para tanto, pediu auxílio à sua manicure e amiga Ediane Aparecida da Cruz Silva na procura por um “matador”, oportunidade em que esta acedeu à macabra solicitação e contactou Wellington Honório Albino que, por sua vez, com o auxílio de seu amigo Dieliton Mota da Silva, “terceirizou” o serviço homicida, propondo que a execução do crime fosse perpetrada por Igor Espinosa, que aceitou a tarefa”, diz trecho da denúncia.

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