Cuiabá, 07 de Maio de 2024

ARTIGOS/UNICANEWS Terça-feira, 08 de Março de 2022, 14:20 - A | A

08 de Março de 2022, 14h:20 - A | A

ARTIGOS/UNICANEWS / LUCY MACEDO

"Somos aguerridas e não desistimos nunca"

Lucy Macedo
Única News



Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Parabéns a todas estas guerreiras que lutam diariamente, muitas de forma silenciosa, outras que nos representam, grandiosamente, nos espaços públicos de poder.

Como empresária de um Grupo de Comunicação observo, apesar dos contratempos e desserviços de um sistema machista, o quanto os ideais libertários alcançaram transformações, com resultados vitoriosos femininos. Abrindo espaço para novos saberes, menos instituídos e sob o viés de que uma percepção diferenciada está pronta para descobrir novas ideias, além das previstas.

Mas, claro, não podemos esquecer, numa altura em que o mundo emerge da pandemia da covid-19, o quanto as mulheres foram vítimas não só de uma pandemia, mas de duas: a da violência doméstica. Pois o distanciamento social imposto para o enfrentamento do coronavírus deixou marcas permanentes em muitas de nós.

Assim, ao parabenizar hoje cada uma destas lutadoras, peço como mulher, que não esqueçamos destes dias sombrios. Das consequências perversas para milhares de mulheres brasileiras, em particular, mato-grossenses, já que Mato Grosso ganhou, infelizmente, notoriedade nacional, pelo número de agressões e pelo alto índice de feminicídio.

Pesquisa sobre Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher realizada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra Violência, aponta que 78% das mulheres que sofreram violência neste período foram agredidas pelos maridos, companheiros ou namorados. E que a paralisação econômica, causada pela pandemia e que teve, claro, resultados danosos na renda familiar, elevaram o aumento do consumo de álcool no período de isolamento social e serviram de gatilhos para as agressões.

Revelando que em pleno século 21, as mulheres continuam sendo retratadas por seus companheiros e por boa parcela das autoridades públicas como uma 'subcategoria'. Conceito fundamentado em estereótipos e falsas crenças de que exageram em nossos relatos sobre violência ou mentimos, para ganharmos a cena.

Além daquele velho preconceito enraizado em nossa cultura, que muitas vítimas de assédios, estupros ou agressões domésticas de alguma forma provocaram os homens. Seja por meio de vestimentas ou condutas que eles consideraram 'inadequadas'.

Mostrando que a mulher, por um longo período da história e, estranhamente, ainda hoje, tem sido observada mais por suas supostas 'deficiências' e 'limitações', do que por suas exaustivas lutas e conquistas. Como se esta 'suposta inferioridade feminina' fosse decorrência de sua própria natureza. Ou seja, a condição inferior da mulher continua em nossos tempos, sendo olhada como algo natural e, portanto, imutável. Desvelando que a violência contra mulher é, portanto, estrutural e tão enraigada que se reproduz de forma automática e natural.

Assim, hoje, neste Dia Internacional da Mulher parabenizo a todas que enfrentaram dias difíceis, derrubaram tabus e asseguraram suas posições. Mesmo sabendo, de antemão, que desde o nosso nascimento, somos amparadas por uma sociedade que reduz o nosso papel.

Mas somos aguerridas, não desistimos. Assim, para aqueles que torcem pelo nosso fracasso, um recado: a queda nos faz levantar todos os dias contra as avalanches machistas, os desmandos e os desrespeitos. Renascemos das cinzas e nos tornamos sempre mais fortes.

E viva a mulher!

Lucy Macedo é Bacharel em direito e empresária de Comunicação.
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