Marisa Batalha
Depois de desembarcar no dia 7 de abril, data limite, aliás, regulamentado por lei para as desfiliações e filiaçõe, o vice-prefeito Niuan Ribeiro trocou o Partido Trabalhista Brasileiro pelo Social Democrata, como forma de assegurar sua disputa, nestas eleições, a uma vaga na Assembleia Legislativa.
Entretanto, nesta terça-feira (17), em evento realizado no Palácio Paiaguás, junto com uma comitiva de investidores chineses e o governador tucano Pedro Taques, Niuan revelou - em conversa com jornalistas -, que desistiu da candidatura e que segue até o final do mandato, como vice de Emanuel Pinheiro (MDB).
A justificativa é que a decisão veio após muita conversa em família e ainda por meio de uma consulta popular. Mas amigos mais próximos do vice-prefeito social democrata relembram que a saída às pressas de Niuan, do PTB, teria sido inclusive, motivada pelo pai, Osvaldo Sobrinho, ex-deputado federal, depois de uma reunião 'pesada' dentro da sigla, atualmente comandada por Chico Galindo.
Os que participaram dela dão conta de que Galindo teria chegado a fechar as portas ao sonho de Niuan. Assim, o pai, Osvaldo Sobrinho, - conhecido com um dos petebistas históricos [dentre os primeiros filiados da legenda] e dono de um trânsito político respeitável -, o teria aconselhado a buscar outro ninho partidário. O que não houve dificuldade, porque Niuan já teria um padrinho social democrata, o médico Homero Florisbelo da Silva, presidente do PSD municipal e há anos amigo da família.
E foi com pompas de 'futuro do partido', e com filiação avalizada por Homero mas, sobretudo, pelo ex-vice-governador, Carlos Fávaro, presidente do diretório da legenda em nível de Mato Grosso, que Niaun assinou sua ficha. Cheio de planos e, na época, já com discurso pronto de que todos seguiriam o senador republicano, Wellington Fagundes, na corrida eleitoral pela Governadoria.
O que hoje, a depender de Fávaro, não ocorrerá, já que está em franca negociação para 'brigar' por uma das duas vagas ao Senado, no Grupo liderado pelo pré-candidato democrata, Mauro Mendes, que segue neste pleito, buscando nas urnas o comando pelo Palácio Paiaguás. Nem tampouco a depender dos parlamentares da sigla, que vêm se posicionando, ao contrário de Fávaro, pela reeleição do governador tucano.
Com 33 anos e uma história longa no PTB jovem, Niuan, ao recuar da candidatura ao Legislativo, pode ter acertado em cheio no alvo. Pois tem um longo tempo pela frente para 'abocanhar' cargos eletivos mas, possivelmente, poucos terão o privilégio, como ele, de participar como gestor dos 300 anos da capital mato-grossense.
Para além da família, Niuan ainda revelou à imprensa, que também teria pesado em sua decisão, a resposta recebida, após consulta popular, sobre sua pré-candidatura ao Parlamento estadual. E também as histórias recentes da falta de um vice, nas últimas gestões, teriam sido importantes para sua decisão de não concorrer a um cargo nesta eleição.
'Me questionaram muito quanto abandonar o cago de vice-prefeito, uma situação que estava começando a virar tradição em Cuiabá, depois que a Capital ficou sem o seu vice, desde quando Roberto Nunes saiu como deputado. Depois veio o deputado João Malheiros - vice de Mauro Mendes (DEM) - que optou em continuar na Assembleia. Ou seja, um conjunto de situações exequíveis acabaram tendo o poder de decidir meu futuro por mim.Pelo menos por enquanto', ainda disse.
Segundo o social democrata e ex-petebista histórico, Homero Florisbelo, eterno padrinho de Niuan Ribeiro, a posição do vice-prefeito revela sua maturidade política. Sobretudo, ao escutar uma consulta popular. Lembrando que, no entanto, a depender dele [Homero] e ainda de Carlos Fávaro, Niuan continua sendo o futuro da sigla. Assim, como uma vida longa política pela frente!
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