Cuiabá, 27 de Abril de 2024

POLÍTICA Quarta-feira, 09 de Janeiro de 2019, 10:12 - A | A

09 de Janeiro de 2019, 10h:12 - A | A

POLÍTICA / CAIXA NO VERMELHO

Mendes "alivia" Taques e diz que crise começou na gestão de Silval

Luana Valentim
Da Redação



Foto: (Reprodução/Web)

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O governador Mauro Mendes (DEM), declarou em entrevista à Rádio Capital FM, nesta quarta-feira (9), que a crise estabelecida Estado é muito pior do que se poderia imaginar. E que a cada dia, se depara com um Estado desorganizado e quebrado, sem dinheiro em caixa nem mesmo para pagar os servidores, o que o obrigou a escalonar os salários.

Mendes destacou que a realidade de Mato Grosso é de um Estado que, além de não ter como pagar os servidores, não há como pagar os fornecedores, prestadores de servidores, prefeituras e hospitais. Ele informou que usou o dinheiro das receitas de dezembro para pagar grande parte das despesas e o que há em caixa, em absoluto, dava para pagar os salários.

“Fizemos esse escalonamento porque não tinha dinheiro. Até disse para alguns representantes dos servidores que, infelizmente, não temos um cheque especial com o Banco do Brasil e nem com o Banco Central para rodar dinheiro. Então a gente só paga se tem dinheiro na conta e o que o Estado está arrecadando, não paga a despesa do mês”.

O democrata pontuou que, além de ser um Estado sem condições para honrar os seus compromissos, há também uma desorganização das secretarias e das áreas, pois houve um descaso muito grande com a gestão pública. O que vem trazendo consequências terríveis para os mato-grossenses na saúde, nas estradas, mais de 400 escolas em condições ruins, quase 500 obras paralisadas e a maioria pararam por falta de pagamento aos fornecedores.

O governador relatou que está é uma situação muito difícil, precisando ter muita fé em Deus, trabalhar muito e tomar medidas necessárias para colocar Mato Grosso novamente nos trilhos.

“Ontem eu tive uma reunião com 30 prefeitos, o engraçado é que todos estavam com as contas em dia, com salários em dia. Naquela reunião que tinha 30 prefeitos, nenhum deles atrasou o salário agora no mês de janeiro. Porque que as prefeituras estão organizadas e só o Estado está tão bagunçado? ”, questionou.

Ele destacou que o desastre desses quatro anos no Executivo não é somente culpa do ex-governador Pedro Taques (PSDB), mas que começou há oito anos quando se criou leis e permitiu-se que a despesa no Estado crescesse muito.

Essa lei foi criada no governo de Silval Barbosa (sem partido) e, conforme Mendes, quando Taques viu isso, não teve a coragem que era necessária para não permitir que o Estado chegasse na situação em que está.

Um bom exemplo disso, revelou Mendes, é que na Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Manutenção Rural, que tem mais de 600 funcionários, a auxiliar de serviços gerais que recebe R$ 13 mil e o motorista R$ 15 mil.

“Isso começou em 2011 e até 2014. Em 2011 essa pessoa ganhava em torno de R$ 1,3 mil, foram feitos leis e planos e hoje, em sete anos, essa pessoa teve 926% de aumento salarial. E não foi só ela, um técnico de nível médio que no mercado ganharia R$ 4 mil, na Empaer recebe R$ 17,6 mil. Então é esse o problema, realmente houve um descolamento completo da realidade”.

Completou que além da Empaer, esse caso ocorre em outros órgãos também como o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, em que houve um grande crescimento da massa salarial e de outras despesas no Estado, fazendo com que a folha dobrasse em quatro anos.

E hoje Mato Grosso não tem dinheiro para nada, pois o que entra no caixa paga os Poderes, a folha de pagamento, as dívidas, mas não sobra para pagar o custeio, faltando comida para os presidiários, para pagar fornecedores e o aluguel das viaturas.

“Hoje tem muitas policiais paradas em quartéis porque não se pagou e os fornecedores estão recolhendo as viaturas. Além dos médicos que prestam serviços no Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] que estão com seis meses de atraso de salários e óbvio que estamos correndo atrás, tentando corrigir isso, mas demora, pois até que se entre e faça assinatura em banco para pagar. Não é da noite para o dia”.

Mendes disse que nesta terça-feira (7), conversou com os médicos e está tentando reorganizar essa situação, mas hoje a falta de dinheiro é gigante, pois problemas que foram cometidos há oito anos não foram corrigidos por Taques, o que levou o Estado a gastar mais do que recebe no mês.

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