Cuiabá, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Sábado, 28 de Julho de 2018, 12:31 - A | A

28 de Julho de 2018, 12h:31 - A | A

POLÍTICA / PEDRO TAQUES NEGA

Gérson confessa que recebeu R$ 50 mil de Paulo Taques pra montar central para o primo

Da redação



(Foto: TJ-MT)

cabo Gerson-TJ-MT.jpg

 

O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior, que é réu em processo criminal, confessou durante seu depoimento, na madrugada deste sábado (28), que participou do esquema de escutas clandestinas. Durante o depoimento, que estava sendo comandado pelo juiz Murilo de Moura Mesquita, ele revelou todos os detalhes de como funcionava e como foi montada a “grampolândia pantaneira”.

 

Gerson revelou que foi o responsável em montar a central de escutas no escritório, além de comprar o material. Ele teria recebido do ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o valor de R$ 50 mil para comprar todo material necessário. 

 

“Foi quando eu e Lesco deslocamos (em setembro) até um lugar que não sei se é escritório ou comitê de campanha, fomos até o bairro Consil, em uma casa onde Paulo Taques trabalhava, e pegamos os R$ 50 mil, pegamos o dinheiro e começamos a comprar o que precisava. Eu e Torezan montamos o sistema dentro da sala locada para operacionalizar. Com o dinheiro arrumamos tudo e ainda ficou em caixa, quem comparava tudo era eu e Torezan”, revelou o cabo.

 

Segundo Gerson, as escutas foi montada para fins eleitorais de 2014. Ao juiz da 11° Vara Criminal Limitar, ele alegou que só tomou conhecimento que era para a campanha, quando já estava envolvido, pois foi “contratado” para investigar policiais suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas.

 

Gerson ainda envolveu o primo de Paulo Taques, o atual governador Pedro Taques  (PSDB), dizendo que as escutas foi montada em 2014, período eleitoral. Na época, Paulo Taques era coordenador da campanha do primo Pedro Taques. Para ser montado, ele diz que recebeu uma ligação do coronel Zaqueu Barbosa, que era comandante -geral da PM de Mato Grosso.

 

Conforme Gerson, ele recebia todas as ordens pelo coronel Zaqueu Barbosa, porém, mais cedo em seu depoimento, Zaqueu negou que fazia parte do esquema. 

 

Eu estava no Gaeco subordinado ao coronel Lesco. Compareci e ele me fez uma explanação que queria fazer uma limpeza na instituição e que tinha como missão retirar alguns policiais com desvio de conduta", disse.

 

O advogado de defesa do cabo Gerson, Neyman Monteiro, declarou que até ele se surpreendeu com as confissões de seus clientes, pois ele não teria dito que estava disposto a confessar detalhes do esquema. Neyman prometeu buscar os benefícios da delação premiada para o seu cliente. 

 

Também são réus no processo os coronéis da PM, Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco e Ronelson Jorge de Barros e ainda o tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista. Todos foram interrogados, nesta sexta-feira  (27), na audiência que começou às 13h30. Gérson foi o último e desde que chegou ao Fórum de Cuiabá já estava preparado para fazer a confissão em juízo.

 

Outro lado:

 

(Foto: reprodução)

PEDRO TAQUES SINFRA

 

 

O governador Pedro Taques (PSDB) negou novamente qualquer participação nos grampos telefônicos, realizados contra pessoas de interesse da cúpula de seu Governo.

 

Por meio de nota, o governador lembrou que pediu para que o caso fosse investigado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

 

 

Veja a nota na íntegra:

 

O Governo do Estado informa que o governador Pedro Taques determinou a apuração de todos os fatos relacionados às supostas escutas telefônicas clandestinas assim que a denúncia chegou ao conhecimento dele, em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações.

 

O Governo do Estado ressalta ainda que o governador Pedro Taques solicitou ao Superior Tribunal de Justiça que ele próprio fosse investigado neste caso para comprovar, perante a Justiça, que não teve qualquer envolvimento nos fatos narrados por terceiros.

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